sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Quase

Estamos quase lá. Quase é 2008. Quase... sempre quase. O quase é a falta da completude. É o que falta. O que sempre faltará. Sempre estaremos quase.

No ano que ainda quase finda recebi grandes presentes. Uns perfeitos e outros quase. O aniversário de casamento quase passa despercebido - queria também que fosse quase a dura que levei merecendo. Deu tempo de ser perfeito. O primeiro ano de pastorado bem mais longe do quase perfeito. Sou quase.

Pensei agora sobre a obra de Cristo por mim que começou no tempo e no espaço a quase sete anos - não sei do grau de variação desse quase. Eu quase consegui me salvar. Quase cheguei a Deus por outros caminhos. Quase me tornei Seu amigo. Quase me considerou justo. Faltou um til da Lei. Um cabelo de sapo que quase existe. Faltou isso. Quase...

Posso enxergar meus feitos do corrente ano como quase nada do que devo em gratidão a Deus ou considerá-los quase conquista de merecimento do favor de Deus. Prefiro o sempre “quase” da correspondência do amor divino que me leva a querer demosntrar mais o meu amor sempre quase perfeito por Ele do que fazer deste “quase” uma frustração por não alcançar o favor imerecido de Deus.

Quase me perco nesse texto querendo apenas dizer que se não fosse a mão poderosa de Deus, a face dEle oculta em Cristo, Seu braço forte, suas palavras cortantes... se não fosse isso, teria a certeza que não chegaria no quase fim deste ano.

Outros receberei no quase presente ano, no entanto aguardo apenas mais de Deus e menos de mim. Menos do meu quase e mais do Seu “está consumado”. Não espere o quase corrente ano mais do que Cristo que está quase voltando. E Ele está quase!

Dedico este último texto do quase ano passado a quase perfeita igreja do Curado IV.

Pr. Daniel Luiz, quase pastor

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Natal

Entrando no mês de dezembro e vislumbrando o passado, presente e futuro, me sinto como o capitão Nascimento do filme Tropa de Elite. Nascimento e morte. Um menino para nascer e bandidos para morrer. Nascimento fazia nascer a dor dos que causavam dor e a dor de quem trazia em seu ventre a razão da busca pelo fim do renascimento constante da morte.

Nossa sociedade vive com a morte muito de perto. Vivemos admitindo-a mais do que o nascimento. O IBOPE reflete nossa preferência pelas desgraças alheias. Maternidades são temporais, o cemitério não. Enquanto a maternidade arranca lágrimas de dois, a morte prevalece como a campeã em se tratando de fazer jorrar torrentes de aguas dos nossos olhos. Me sinto devedor da morte. Enquanto tudo isso, nasce um menino. Não o de Nascimento, mas que também vem ao mundo em meio a guerra e muita morte.

Natal é nascimento, mas é morte. Em discurso uma palavra deve morrer para dar lugar a outra. A semente de mustarda deve morrer para fazer nascer uma árvore. O nascimento de Cristo nos chama a morrer para nós mesmos, nosso orgulho, nossa prepotência, nossa pseudo-independência e etc. Natal é nascimento para alguém morrer. No caso de Cristo, Ele mesmo morreu para que nós experimentássemos vida.

Você vive como o Capitão Nascimento. Escolha ver o nascimento ou achar que a morte do outro trará paz. O Natal diz morra e renasça em Cristo - o menino-homem que nasceu pra morrer e renascer...

Pr. Daniel Luiz
dlrandrade@gmail.com

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Construindo uma Cidade na Cidade


Li esta semana um artigo no Jornal MIAMI HERALD sobre um grande bilionário americano que acaba de lançar um plano audacioso para o centro da cidade de Miami. Numa área enorme que acabou de comprar por quase 80 milhões de dólares pretende construir um dos maiores complexos do mundo. No projeto constam residências, escritórios, lojas, plazas e áreas de lazer. Creio que todos que leram o artigo ficaram impressionados com a ambição e o tamanho deste projeto. Todavia o que mais me chamou a atenção foram as palavras do bilionário Falcone: “a visão do empreendimento é de se ter uma cidade dentro da cidade de Miami”.
Achei no mínimo engraçado porque estamos prestes a terminar aqui na Comunidade Memorial uma série de pregações sobre o sermão da montanha de Jesus justamente intitulada por nós, Uma Cidade na Cidade.
Neste sermão Jesus apresenta a planta estrutural da Cidade de Deus construída em meio a Cidade dos Homens. O empreendimento de Jesus é muito mais audacioso do que o de Falcone, pois visa construir esta cidade com materiais imperecíveis. O projeto da cidade espiritual alterna de Jesus que já está em fase de execução é construído em cima de vidas transformadas pelo poder do evangelho. De acordo com Pedro “somos pedras deste edifício”, mas, ao mesmo tempo somos habitantes deste edifício. Ou seja, somos a parte física e a parte que usufrui do físico. Isso porque o reino é espiritual mas também gradativamente físico. Como não é chegada a sua plenitude, vemos sua realidade as vezes mais, as menos visível. Um dia porém, será plenamente espiritual e físico. A Bíblia nos seus dois últimos capítulos nos dá um retrato fiel desta realidade. Não obstante, a pergunta aplicável agora é: Como é que participamos deste projeto de Deus que se encontra em andamento? Participo vivendo, não fazendo. Afinal, de contas quem está construindo é Deus. É ele que arranja as Pedras e nos faz casa para nós mesmos. A lógica é, se sou então vivo e não o contrario. Em outras palavras, vivo porque sou, não sou porque vivo. Sacou? Então... é mais ou menos isso aí.

por Felipe Assis

terça-feira, 30 de outubro de 2007

O Evangelho segundo Hairspray

“Mãe não tenha medo de sair de casa, o tempo das pessoas diferentes chegou” foi o que disse Tracy Turnblad, a gordinha bem humorada; personagem principal de Hairspray.

O musical da Broadway que se adapta pela segunda vez às películas de cinema conta a história de um subúrbio americano em plena década de 60 que é entretido por um programa de TV local, onde jovens dançarinos se requebram ao som característico da época. O programa apresenta jovens de perfil calcasiano, atlético e de classe média alta. Ao saber da abertura de uma vaga, Tracy se empolga e se apresenta para fazer o teste nos estúdios da emissóra. Sem ao menos ter uma chance de mostrar o seu talento, Tracy é rejeitada por ter uma cintura avantajada e uma estatura indesejada. Ela representa o marginalizado fruto do exclusivismo presente nos seus dias. Além de Tracy, existem os talentosos jovens Negros que apesar de possuirem “skills”, só podem se apresentar uma vez por ano na edição especial do programa entitulado “Negro Day”. Por ter uma aparencia que foge do padrão, Tracy se une aos estudantes negros na sala de detenção para aperfeiçoar sua “ginga”.

Certo dia, Tracy é notada pela frecha da porta, por um dos jovens participantes do elenco do programa que acaba levando-a para se apresentar no ar. O resultado é que ela se torna a coqueluche do momento. Afinal de contas ela representa a todos que não se enquadram. Tracy representa os “imperfeitos”. Ela representa o negro, o pobre e o feio. Ela representa o que o evangelho representa. O evangelho representa a loucura, a fraqueza, a pobreza, e a feiura. Ou seja, adjetivos que fogem dos padrões da religiosidade humana. A religiosidade aceita aqueles que se enquadram no seu rótulo. O evangelho aceita os “diferentes”, aqueles que são postos à margem da performance do sucesso. Na verdade, o Evangelho só aceita e inclui os que são excluidos. Inclusão aos excluidos no musical soa profano, assim como soa nas páginas dos evangelhos e nos guetos da religiosidade evangélica dos nossos dias.
Vem a minha mente a experiencia que Pedro teve quando resistia ao pensamento de que Deus passava a incluir a seu povo não apenas judeus mas, gentios imundos. A palavra de Deus a Pedro em síntese, ecoa em unísono com as palavras de Tracy. “Não tenha medo, o tempo para as pessoas diferentes chegou!”

por Felipe Assis

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O Religiosismo que mutila o Evangelho – parte II

A Bíblia diz em Levítico 21:17-20 que aqueles que tivessem os corpos mutilados, danificados, ou fossem "diferentes", não se qualificavam para o oferecimento do pão. Do mesmo modo, mulheres menstruadas, homens que recentemente tivessem tido emissão noturna, pessoas com enfermidade de pele ou feridas supurentas, alguém que tivesse tocado em cadáver, ou tivesse comido animais como lagosta, ostras, porco, coelho, etc. – todos esses eram declarados cerimonialmente impuros. A pratica de algo assim era vista como uma transgressão à lei ritualística de Deus. Os religiosos não entenderam a graça intrínsica nas linhas da Lei, e acharam que qualquer um pecaria dependendo do que comesse, tocasse, ou da sua constituição genética.

Parece inconcebível, porém, esse era o ambiente que definia o judaísmo da época. A união da lei mosaica e das regras farisaicas. Por esta razão, todos os dias, os judeus religiosos nas suas orações matinais davam graças a Deus por "não ter nascido mulher... por não ser gentio... por não ser escravo..." etc.

Na concepção errada do pecado, transgredir estas leis era ofender a Deus. Nosso Senhor Jesus veio e aplicou a lei, tal e como era. A lei é um reduto da graça. Ele mostrou como deve ser o verdadeiro religioso. Quando Jesus veio, ele aprimorou a mira das pessoas que estava totalmente fora de foco. Acabou com essa história de "puros" e "impuros". Falou abertamente: "vocês não entenderam nada!". Na verdade, o texto em Levítico (exposto acima) mostrava que aquelas determinadas pessoas, tidas como "esquisitas" e discriminadas pelos religiosos, não ofereceriam o pão, porém seriam os beneficiários mais diretos do culto. Seriam privilegiados por isso. Não era para desqualificá-los, e sim, para honrá-los. Logo, os religiosos pensaram em desqualificar e não em amparar. O religiosismo sempre vai se preocupar com as trivialidades, negligenciando as coisas mais importantes.

O religiosismo é legalista, olha para si, ao invés de olhar para a comunidade. Olha para os seus sentimentos ao invés de olhar para Cristo. Não é seguidor de Cristo, é satisfazedor de si próprio.

Pr. Waldemir Lopes

O Religiosismo que mutila o Evangelho - Parte I

A lei do Senhor é perfeita e santa. Porém, o legalismo religioso a manipulou a fim de torcê-la segundo o seu querer. Daí surgiram as discriminações. A lei destila graça por onde quer que olhe. Ela preparava a chegada da graça explícita em Cristo. Segundo Paulo, a lei nos serviu de tutor, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de tutores (Efésios 3:23-35). Paulo, sim, tinha entendido o que nós devemos entender. A lei serviu para guardar, e nos orientar na comunhão com Deus até que viesse a fé e a graça. Quando por fim, Jesus doa a sua justiça perfeita a aqueles que crêem com a fé que é posta no coração pelo próprio Senhor.

Quando veio Jesus e começou a "quebrar a lei" – na verdade, deu o seu verdadeiro sentido - tocando em leprosos, em mortos, comendo com pecadores, recebendo adoração de mulheres prostitutas, perdoando pecado, dispensado graça, trabalhando no sábado, e conversando com uma mulher samaritana - para consternação dos discípulos, que sabiam que "os judeus não se relacionavam com os samaritanos". Inclusive, essa mulher, rejeitada pelos judeus por causa da sua raça, rejeitada pelos vizinhos por causa dos seus muitos casamentos, veio a ser a primeira missionária designada por Jesus e a primeira pessoa a quem ele francamente revelou a sua identidade como Messias. A aproximação de Jesus com as pessoas impuras consternava os seus compatriotas... Tenho pensado como ainda temos relutância em nos aproximar de um não-crente, só porque não pensa como nós, ou não age como nós. Ora, isso é "religiosismo" (Filosofia religiosa carnal e diabólica). Uma falácia da verdadeira religiosidade.

Na verdade, o Evangelho nos diz que todos nós somos esquisitos, mas Deus nos ama assim mesmo – quem quiser vir participar do Reino que venha. Ou seja, como dizemos aqui na igreja: "nós somos pior do que imaginamos, porém a graça de Deus é muito maior do que possamos imaginar".

Pr. Waldemir Lopes

Crime e Castigo

Terminei esta semana de ler “Crime e Castigo” de Fiodor Dostoievski. Uma belíssima literatura, que posso catalogar como “top” pela sua estrutura, e beleza evangélica das suas páginas. Crime e Castigo não é uma leitura simples, confesso que tive que insistir muito no início do livro para prosseguir a sua leitura.

O personagem principal, Rashkólnikov, é um homem angustiado pela sombra de se tornar alguém melhor. O personagem mata uma agiota e a sua irmã. O livro também relata o seu envolvimento com uma prostituta e a grande influência dela, que compartilha algumas leituras da Bíblia. Por fim, Rashkólnikov acaba preso e é levado por 8 anos para uma cadeia na Sibéria. Porém, ao contrário do que se possa pensar, o “castigo” a Rashkólnikov não é a cadeia siberiana, mas a sua redenção e regeneração como indivíduo nos braços de uma prostituta pela Palavra do Evangelho. A graça do Evangelho foi o "castigo" para aquela alma rebelde, desumana, angustiada, e má.

Regeneração não é uma mudança de mente ou propósito feita a base de duros exercícios espirituais perpetrados pelo próprio pecador. Não é conseguida mediante uma forte determinação. Os homens espiritualmente mortos não podem ter nenhum desejo pelas coisas de Deus. Regenerar é obra do Espírito. É um fazer viver para Deus, ou ser despertado da morte espiritual para a nova vida espiritual. É, portanto, uma criação de um novo coração ou de uma nova vida interior, feita unicamente por Deus. Aqueles que nasceram espiritualmente fazem parte do Reino e da família de Deus, unidos misticamente por Cristo.

Escrevo essas linhas, com uma profunda comoção na alma, depois de me inteirar da morte de uma de nossas irmãs, a dentista e membro da nossa primeira Igreja Presbiteriana, Rafaela Arcoverde; brutalmente e covardemente assassinada pelas costas por um indivíduo... talvez... um “Rashkólnikov da vida”. Que Deus tenha piedade desse “Rashkólnikov” e faça-o participar dessa maravilhosa benção da regeneração. Lembrando sempre as palavras de John Newton que "O cristianismo não é um sistema de doutrina, mas um formador de novas criaturas".

Pr. Waldemir Lopes

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O fantasma de Ario visita a Igreja Batista da Capunga


Quem me conhece sabe que sou um individuo mente aberta. Inclusive existem conservadores dentro da minha própria corrente teológica (reformada) que me vêem como liberal. Eu os entendo. Talvez seja porque gosto de rock, ou quem sabe porque tenho uma tatuagem com um texto de Lutero no meu ombro direito. Pode até ser que seja porque já me viram tomar um copo de cerveja ou uma taça de vinho com amigos em algum lugar. Muitos sabem também que sou simpatizante do ministério de diaconia feminino e que apesar de ser um cessacionista, convivo muito bem com os pentecostais. Aprendi com a Confissão de Fé de Westminster que a Bíblia não é igualmente clara em todos os assuntos não essenciais para a salvação e por isso, creio que haja liberdade para opiniões divergentes nessas questões. Recebi também como legado da reforma protestante o principio que a liberdade de consciência cativa as escrituras jamais deve ser violada. Experimentei também ao conhecer o Evangelho de forma profunda que a graça nivela a todos. Discípulos de Jesus são um bando de pecadores de meia tigela que carecem de graça e nenhum deles, digo novamente, nenhum; detém o conhecimento perfeito e exaustivo à respeito de Deus e de sua obra revelada. Quem revela não é falho mas, quem interpreta a revelação sim. É falho, e muito falho. Quero dizer até aqui que sou tolerante com pensamentos divergentes ao meu.
A única coisa que como ministro da palavra não posso admitir é indiferença da minha parte quando a Igreja do Senhor Jesus está sob ataque daqueles que se vestem como ovelhas para destruir convicções dos recém-nascidos na fé. Sei que ovelhinhas recém nascidas por indefesas que são, vez por outra são abaladas por ventos de falsas doutrinas. À essas, como o exemplo da Igreja na Galácia, Paulo tem muita cautela para desconstruir o erro e não as pessoas enganadas. Sabe que são frágeis e na maioria das vezes sinceros por isso, tem cuidado para não jogar fora o bebê com a água suja. Todavia, com falsos mestres a história é outra. Esses que possuem consciência do erro e demonstram experiência na arena da religião, Jesus e os seus apóstolos no Novo Testamento os chama de Raposas, Cachorros, Lobos e até de Anti-cristos! Os pais da Igreja que chegaram logo após a era apostólica fizeram o mesmo. Atanásio combateu Ario, Tertulliano combateu Praxeas, Agostinho combateu Pelagios e Calvino combateu Miguel de Cervetus. Em todos os casos, tanto no novo testamento como na era patrística, heresias à respeito da natureza de Cristo e da constituição Trinitariana não eram toleradas. Admito que os nossos pais na fé e os nossos amados irmãos reformadores chegaram até a usar de métodos violentos para caçar tais hereges. Não concordo com essa metodologia. Concordo como os Apóstolos abordaram essas heresias. Escreviam e publicamente pregavam expondo os impostores, e com o auxilio do Espírito presente na igreja, os dejetos eram evacuados do corpo (1 João 2.19).
Quis armar o cenário para fazer um denuncia. Faço isso no mesmo espírito dos Apóstolos. Não quero soar como detentor de toda verdade nem como moralmente superior a ninguém. Muito pelo contrario, venho em estado de submissão ao oficio que me foi confiado pelo Senhor Jesus Cristo.
Aqui no Recife, numa das mais estimadas e tradicionais igrejas da cidade – A Igreja Batista da Capunga, em sua maior sala de escola dominical, o fantasma do Presbítero Ario voltou a assombrar. À frente da turma com dezenas de novos convertidos o tal mestre refuta os fundamentos Trinitarianos infectando assim pequeninos na fé com o vírus da cristologia ariana, causando nos inocentes uma patologia teológica que os derruba no leito da incredulidade. Impossibilitando-os de experimentar o verdadeiro evangelho do verdadeiro Cristo. O principio central da epistemologia de Ario (256-336) que derivou de Luciano era: “O que não cabe na mente humana não pode ser aceito como verdade”. Para Arius e para o professor da Capunga, o mistério da Perichoresis é irracional. A Perichoresis, termo este criado por Gregório, para explicar a inabilidade da mente humana de compreender a complexidade das relações na Trindade. Ou seja, O Pai é Deus, O Filho é Deus e o Espírito é Deus. Todos são um mas, cada um é uma pessoa distinta com poderes iguais e sem principio nem fim. O Pai é Pai e o Filho é Filho eternamente gerado do Pai. Admito que é incompreensível e por esta razão nunca poderia ter saído da mente de um ser criado. De acordo com Ario, Jesus é deus e o Pai é Deus. Em miúdos, O Filho é um Deus inferior ao Pai por ter sido criado como nós e como os anjos. Se guardassem essas idéias para si mesmos seria ruim mas, não pior do que esta acontecendo. O que me preocupa é que a fabrica ariana instalada nas salas da Capunga começa a produzir em série. Ensino numa instituição teológica onde pelo menos três já apareceram. Inclusive o filho do dito cujo (professor da Capunga), que até sugeriu minha demissão através de um abaixo assinado pelas minhas costas entre os meus alunos. Ainda bem que meus alunos não são tão despreparados assim para cair nas teias desta epidemia que já foi erradicada pela Igreja no concilio de Nicéia há 1700 anos atrás. Comentava ele que eu ensinava heresias como as do tipo da eleição e da trindade. Pergunto eu agora. O que ele queria que aprendêssemos num seminário de porte? As heresias que seu papai ressuscitou da cova ariana? De modo nenhum, não só as rejeitamos com base na ortodoxia eclesiástica mas, também desde hoje, denunciamos e passamos a combater. Clamo aos pastores da Igreja da Batista da Capunga que não tolerem erros teológicos desta natureza em suas comunidades. Por mais influentes e caristmáticos que sejam esses falsos mestres, não vale a pena colocar em risco a saúde espiritual de seu rebanho. Principalmente com uma doutrina como essa; essencial para o cristianismo. Doutrina esta que fere a natureza hipostática do próprio Senhor da Igreja. Quero concluir afirmando com base no credo de Atanásio, que o próprio Lutero julgou ser infalível; que “Aquele que não crê nela (doutrina da Trindade) não poderá ser salvo”! Minha oração é que estes falsos mestres se convertam e que não morram afirmando como Miguel de Cervetos afirmou atado à uma fogueira: “Jesus, filho do Eterno Deus,( ao invés de Jesus, Eterno Filho de Deus) tenha misericórdia de mim”.

por Felipe Assis

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A última em Reality Show

Nos EUA, a partir do mês de Setembro, a cadeia CBS estará transmitindo a mais nova novidade em Reality Show. Aparentemente, tudo muito natural. Os integrantes do novo reality manifestaram o de sempre: trabalho, relacionamento, preguiça, cochilos, brigas, desavenças, choro, intriga, inveja, mentiras, ódio impiedoso declarado, malícia no jogo, cobiça pelos prêmios, bate-boca, falcatrua, malignidade, murmuração, soberbia, falsidade, traição entre os grupos que se formaram, etc. Tudo muito natural dentro de um Reality Show, exceto, pelo simples fato, que esse foi formado por 40 crianças! Isso mesmo! 40 crianças entre 8 a 15 anos, estiveram sozinhas, num povoadozinho no mais glorioso estilo “Velho Oeste” americano, no Novo México, onde surgiu de tudo que aparece nos “realitys” de adultos (exceto o apelo sexual escancarado). Já existe uma denuncia por abusos de menores, onde uma mãe pediu uma investigação por causa da sua filha que se queimou cozinhando. No final de cada dia, uma criança que se destaca no jogo, ganha uma estrela de ouro no valor de US$ 20.000.

Muitos pedagogos, psicólogos infantis, e comentaristas televisivos (que viram previamente o programa), estão espantados com a reação das crianças dentro do Reality. A final de contas, dizem eles, de onde vem tamanha maldade, falsidade, ódio, e mentiras? Alguns acham que o prêmio fomenta a cobiça nos pais, que descarregam sobre os filhos a necessidade de ganhar a todo custo. Outros acham que, muitas situações são provocadas pelo “Script” (enredo escrito) da emissora na condução do programa. O fato é que, quem esperava que esse Reality de Crianças fosse um paraíso na Terra, o modelo de uma sociedade perfeita, ou um Reality de “Anjinhos”, acabará vendo coisas escabrosas - do “mundo dos adultos”.

Se nós passarmos a olhar essa situação com as lentes da Palavra de Deus, passaremos a ver a ‘Realidade’ dentro do Reality Show. A Bíblia diz: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras” (Salmo 58.3). Ao nascer, a semente de todo tipo de pecado já está plantada em nossos corações. A Bíblia diz que nós pecamos porque nossa natureza é corrompida. Paulo afirma isso em Romanos 5.12-21, ao tratar da unidade da raça humana em Adão. O pecado entrou no mundo por meio de Adão e, como conseqüência, a morte passou a todos os homens, por isso, todos pecaram e pecam. Porém, por causa da obra de Cristo na cruz, vale salientar que: “...assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens, para condenação, assim também, por um só acto de justiça, veio a graça sobre todos os homens, para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos”. (Romanos 5.18,19). Esse é o verdadeiro Reality Show da vida.

Pr. Waldemir Lopes

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Renascer na Cadeia?

Infelizmente aconteceu o que eles mais temiam. Na última sexta feira, em Miami, o juiz Frederico Moreno condenou Estevam e Sonia Hernandes, donos da Igreja Renascer em Cristo á 140 dias de cadeia, mais 5 meses de prisão domiciliar, mais dois anos de condicional cada. Além disso, devem pagar US $ 60 mil de multa.

Hoje, o Estevam já deve estar se dirigindo a um presídio de segurança máxima na Florida onde trocará suas roupas de grife por um macacão laranja e compartilhará a cela com outro detento que não é sua espôsa. A partir de hoje, a Sonia fica presa em casa controlada por um chip ligado ao seu pé para poder tomar conta dos filhos que ainda vivem com o casal. Depois que o Estevam cumprir sua pena, chegará então a vez da Sonia de ir ao presídio.

O fato que mais chamou a atenção daqueles que estavam presentes no momento em que a sentença foi proferida foi o fato dos dois pastores (um termo diminutivo para eles) chorarem pedindo inúmeras vezes misericórdia ao juiz depois de terem confessado aos crimes de contrabando de dinheiro e conspiração para contrabando de dinheiro. Inclusive, disse que no final da sentença a Sonia perguntou soluçando: “Quer dizer que eu vou para a cadeia?” então o juiz Moreno respondeu: “Sim, você vai para a cadeia”?

Fico refletindo o que talvez deva ter passado pela cabeça deles momentos antes de entrarem na corte. Temos notícias que seus seguidores mais próximos já planejavam uma festa onde o seu Gideão receberia a vitória do Senhor depois de botar para correr seus inimigos. Vitória essa que prometeu aos fiéis ingênuos, todavia sinceros, o tempo todo desde que foram pegos mentindo e roubando. Acho que tanto eles quanto seus seguidores, por serem brasileiros, pensaram que no final tudo acabaria em pizza. Mas como estavam num país que felizmente, a justiça é cega, terminaram o tribunal como réus convictos.

Até agora estou pensando como o Evangelho se aplica a uma situação como esta.

O Evangelho fortalece os humildes e humilha os orgulhosos. Talvez é chegada a hora dos que jamais admitiram seus erros, fraquezas e pecados diante dos seus fiéis por serem espécies raras de semi-deuses entre nós que só vencem, sucedem e prosperam de serem expostos por meros seres humanos, pecadores e depravados. A máscara em fim caiu! Porém não de uma forma ruim. A ironia é que às vezes Deus usa outras formas de confissão quando escolhemos por vontade própria não admitir esta verdade básica do Evangelho. Não admitiram e omitiram de seus fiéis, mas, tiveram que admitir perante a justiça americana. Creio que esta pode ser uma excelente oportunidade para Estevam, Sonia e seus seguidores de enfrentarem seus demônios e se voltarem para o Evangelho genuíno que não promete promessas superficiais à respeito de Deus e da vida mas, oferecem bênçãos profundas. Bênçãos ligadas não ao acumulo de bens materiais e títulos ligados ao nosso nome mas, à simplicidade de não se ter e não ser. Benção de ter um Deus que nos encontra não na nossa “fidelidade”, mas na nossa infidelidade, na pecaminosidade do nosso cárcere não apenas físico mas, espiritual e nos oferece amor, reconciliação e renovação ministerial. Por fim, é uma oportunidade de lançarem no lixo o evangelho falsificado que por tanto tempo pregaram para que numa outra ocasião diante do justo Juiz, não tenham que chorar e implorar absolvição por terem feito milagres em seu nome, expulsado demônios, curado enfermos e pregado o “evangelho”.

por Felipe Assis

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O Evangelho segundo Mia Farrow

A atriz americana Mia Farrow, que ficou conhecida por interpretar Rosemary, a mãe do bebê demoníaco no clássico “o Bebê de Rosemary”, enviou uma carta ao presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir-Bashir, pedindo a liberdade de um líder de um grupo armado da região. Suleiman Jamous foi um ex-líder armado do Exército pela Libertação do Sudão (ELS), e é, atualmente, o coordenador humanitário deste grupo. O ex-assassino e rebelde, que se encontra sob custódia em um hospital daquele país, se não for tratado, morrerá. De uma forma bastante “evangélica”, ela oferece a sua liberdade na troca do prisioneiro, Jamous.

Na carta, Mia Farrow, que é Embaixatriz da UNICEF, enfatizou que: "...antes da sua captura, Jamous já estava exercendo um papel crucial na aproximação do ELS à tabela das negociações, e na busca de uma reconciliação entre as facções rivais". O texto da carta adiciona: "eu estou propondo uma troca. Jamous por mim. Eu ficarei presa no seu lugar, assim poderá fazer o exame e se tratar da doença...”.

Ora, a atitude de Mia Farrow propondo uma troca de lugar com o prisioneiro moribundo, é, na realidade, um pequeno rascunho de uma grande troca feita no Calvário há 2.000 anos. A grande diferença da atitude de Farrow para a do Senhor é que “Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado” (Romanos 5.8).

O pecado é uma violação dos mandamentos e do caráter justo e santo de Deus. Cabendo, por causa da própria justiça e integridade divina, um justo castigo por tamanha violação. Na cruz, Jesus se pôs no nosso lugar legal, recebendo o nosso castigo, para que nós pudéssemos obter a vida que é de Deus (a vida eterna). Assim, a cruz é uma “grande troca”, onde Cristo ocupou o nosso lugar moribundo. Ao pecar, o homem troca de lugar com Deus para se tornar “senhor” da sua própria decisão. Porém, na redenção expiatória, Jesus, toma o lugar “punitório” da desobediência do homem. Ou seja, o homem pecou, fazendo-se “Deus”; e o Pai, aniquilou o efeito nocivo do pecado fazendo-se homem.

Jesus foi excluído, humilhado, pisoteado pelos homens, condenado sem merecer, feito prisioneiro, rejeitado, e recebe a ira e o julgamento de Deus (no nosso lugar). Tudo isso, para que pudéssemos ser aceitos e livres. O evangelho é: Deus satisfaz a sua justiça substituindo... Ele escolheu ser “preso” durante três dias no ventre da Terra, para que pudéssemos ir Àquele que nos curaria.

Waldemir Lopes, pastor

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Meet the iPhone

Finalmente matei minha curiosidade.

Coloquei minhas mãos no novo IPHONE. Não é grande demais nem complicado demais, apesar de ser o “boom” do momento no mundo da tecnologia. Na verdade, é bem simples e bem atraente. Tem apenas um botão e uma tela “multi touch”. Inédito. A mídia vem dizendo que é uma verdadeira revolução. A próxima geração de aparelhos de celular onde comunicação em audio será apenas um detalhe.

O que é intrigante é o slogan da APPLE - empresa que produz o IPHONE: “Vivemos para enriquecer vidas”. Para eles, seus produtos são a solução de todos os problemas do homem moderno. Daí, cada vez que uma nova máquina de plástico é lançada, ouve-se deles, através de suas belas campanhas de marketing a seguinte frase: “Meet the ....” que significa conheça ou apresentamos o... (nome do produto).

Será que máquinas que facilitam nossas vidas nos enriquecem ou nos empobrecem? Tenho certeza que, financeiramente somos empobrecidos, já que o custo para se obter qualquer um desses aparelhos é altíssimo. Conheço inclusive alguns que jogam todo seu salário mínimo em cima de um celular com uma câmera. Mas, e existencialmente?

Se respondermos afirmativo, refletiremos a realidade virtual do filme MATRIX, onde vemos uma humanidade controlada por máquinas. Nesse caso precisamos tomar a pílula vermelha que nos leve a uma outra dimensão para então redefinirmos o que é liberdade, ou, o que é escravidão, ou ainda, o que é riqueza e o que é pobreza.

por Felipe Assis

terça-feira, 24 de julho de 2007

Vôo TAM 3054

Estamos vivendo mais uma página desse terrível Caos aéreo, já batizado de “Apagão”. Há alguns dias, o que era previsto aconteceu. O Airbus da TAM, que fazia o vôo 3054 explodiu com 186 pessoas a bordo (fora as outras vítimas em chão do galpão da TAM) quando tentava pousar no aeroporto de Congonhas - SP. Na lista de passageiros vitimados pelo acidente está Luiz Antonio Rodrigues da Luz, pastor da Assembléia de Deus. Nossas condolências às famílias das vítimas. Imagino a dor de todas as famílias que perderam seus entes queridos... Escrevo essas linhas com uma profunda tristeza...

Hoje, estamos vendo uma verdadeira “caça as bruxas”. Todos buscam um culpado. Quem o foi o culpado dessa nova tragédia? A pequena pista-sabão do aeroporto? A falta de perícia ou o stress do piloto? Problemas mecânicos do Avião? A ganância das companhias que insistem em Aviões pra 200/230 pessoas, quando os de 110 passageiros (feitos pela Embraer com “high tec”) são os mais indicados para aquele tipo de pista no centro de São Paulo? Um governo que demonstra incompetência em resolver um problema que já dura 10 meses? De quem é a culpa, afinal? O fato é que, os executores estão preparados... Os degoladores também... Os algozes, os carrascos políticos, os verdugos impiedosos também... Os ateus muito mais ainda... Todos com o capuz na cabeça, e o machado em mãos! Gritando: “Sangue, sangue, sangue!!! Queremos alguém a quem culpar!!!”

Se quiserem um culpado, busquem um espelho, e olhem para si mesmos, e encontrarão o culpado!!! “Como?!” Isso mesmo. Nós, os seres humanos, homens de todas as raças, tribos, e povos, somos culpados por essa, e outras tragédias. Galgamos a montanha do sofrimento através do pecado, e da nossa separação de Deus. As vítimas daquele vôo não são mais culpadas que nós. Não são mais pecadoras. Mas, são tão pecadoras quanto nós mesmos. Se quiserem um culpado, esse somos nós. A nossa rebelião. O nosso pecado. A nossa insistência em querer viver sem Deus.

Em certa ocasião, referindo-se a uma tragédia dos seus dias, o Senhor disse: “... lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.” (Lucas 13.4,5). Ou seja, as tragédias no nosso meio, decorrem do pecado ao qual estamos submetidos. E, não terá fim até que o homem se volte para o seu Deus.
Gostaria de compartilhar duas reflexões: a primeira exposta acima: Arrependimento, e conversão ao Senhor. A outra, é que devemos estar preparados, porque não sabemos a nossa hora.

por Waldemir Lopes, pastor

sábado, 14 de julho de 2007

Fyodor DOSTOIEVSKI | Crime e Castigo

Fyodor DOSTOIEVSKI. Crime and punishment [Crime e castigo]. Nova York: Randon House, 1950, p. 322. [Publicado em língua portuguesa por várias editoras.]

Fyodor Dostoievski capturou o choque e o escândalo do evangelho da graça quando escreveu: “No último julgamento Cristo nos dirá: ‘Vinde, vós também! Vinde, bêbados! Vinde, vacilantes! Vinde, filhos do opróbrio!’ E dir-nos-á: “Seres vis, vós que sois à imagem da besta e trazem a sua marca, vinde porém da mesma forma, vós também!’ E os sábios e prudentes dirão: ‘Senhor, por que os acolhes?’ E ele dirá: ‘Se os acolho, homens sábios, se os acolho, homens prudentes, é porque nenhum deles foi jamais julgado digno’. E ele estenderá os seus braços, e cairemos a seus pés, e choraremos e soluçaremos, e então compreenderemos tudo, compreenderemos o evangelho da graça! Senhor, venha o teu reino!”

por Daniel Luiz, pastor.
Retirado do livro O Evangelho Maltrapilho

quinta-feira, 12 de julho de 2007

The Ressurrection

Depois do gigante sucesso do filme “A Paixão de Cristo”, Hollywood (mais precisamente a Sony Pictures) volta a investir no gênero bíblico, que ficou por muito tempo esquecido.

O filme “The Resurrection” contará a história do começo da igreja cristã, com o relato dos 40 dias depois da ascenção de Cristo, praticamente uma continuação do filme de Mel Gibson. A produção do filme será de Tim LaHaye, co-autor da série de livros “Deixados Para Trás” (best-seller de ficção cristã) e o roteiro de Lionel Chetwynd (“Ike: O Dia D”, “Moisés”). Tomara que o longa seja fiel às Escrituras!

Mas peraí… a Sony Pictures também não produziu “O Código da Vinci”, filme que questiona a Bíblia e a divindade de Cristo??? É, meus amigos, no final o que conta mesmo é $$$.

Bom para nós, que teremos mais uma chance de falar da cruz de Cristo!

Fonte: O Verbo

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Brasília | Fim da acomodação com a mediocridade

Faz alguns dias tive o privilégio de conhecer a nossa capital federal. A criação de Brasília não foi apenas a interiorização do governo ou a ocupação do interior do nosso extenso território nacional, foi, além disso, a concretização ou prova de que com vontade, esforço, trabalho, dedicação, visão, e sobretudo, confiança em Deus, tudo pode ser realizado.

Fiquei impressionado com a arquitetura desenvolvida e aplicada à cidade. Asas e eixos de modernidade que me fizeram lembrar as grandes vias européias. A cidade é marcada pelo uso do concreto armado com as estruturas metálicas, e, paralelamente, com o cuidado com o habitat, preservando o Cerrado do Planalto Central em plena cidade. Uma preocupação com o meio ambiente 40 anos antes que essa inquietação alcançasse uma escala mundial.

Gostei muito do que vi. Ali tive a oportunidade de conhecer o memorial JK, onde, em um determinado espaço, podem-se ler as frases do antigo presidente. Uma delas em especial me chamou a atenção: “Saímos definitivamente do período de acomodação com a mediocridade e estamos rasgando novos horizontes”.

Fiquei pensando como muitas vezes nos acomodamos na mediocridade. Em matéria de pecado a mediocridade é vista de forma clara; e nós, os seres humanos, sempre estamos tomando a tendência em direção à mediocridade. Mas, isso não implica que devamos nos conformar com isso! Ao contrário! Infelizmente, muitos têm confundido a graça de Deus com “permissão para pecar”, e essa, definitivamente, não é a razão da sua Graça. Vejo como há casos onde muitos se acomodam nas suas práticas pecaminosas, e dizem: “peco, não nego, e daí?”. Ora, essa postura reflete uma acomodação com a mediocridade. O apóstolo Paulo tratando acerca desse tema disse em certa ocasião: “Portanto, o que vamos dizer? Será que devemos continuar vivendo no pecado para que a graça de Deus aumente ainda mais? É claro que não! Nós já morremos para o pecado; então como podemos continuar vivendo nele?... Portanto, não deixem que o pecado domine o corpo mortal de vocês e faça com que vocês obedeçam aos desejos pecaminosos da natureza humana... O que é que isso quer dizer? Vamos continuar pecando porque não somos mais controlados pela lei, mas pela graça de Deus? É claro que não!” (Romanos 6). O que está claro é que a graça é remédio. É socorro para o doente e aflito. É bastão para o que tropeça. É apoio nos erros para quem quer mudar. Porém, jamais, em nenhum momento, será desculpa para sem-vergonhice. Pense nisso.

por Waldemir Lopes

quinta-feira, 21 de junho de 2007

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Phelis Xiddad Croniccus

ou "Há uma certa vergonha em sermos felizes perante certas misérias.” (Jean de La Bruyère)

Existe uma doença da qual só tomei conhecimento quando estava pesquisando na internet sobre a “alegria” e a “felicidade”. Esta parece ser uma patologia característica de nós brasileiros. Afinal de contas, aprendemos a rir para não chorar. A esconder o sentido das lágrimas atrás de um sorriso forçado mascarando e chamando o choro de resultado da alegria.

O nosso povo sofre e desaprendeu o significado da alegria. Precisa-se de psiquiatras! É o recado estampado na testa de cada um. Como disse Arnaldo Jabor: "Hoje em dia, não há mais uma explícita, uma clara noção do que seria felicidade, como antigamente".

A Phelis Xiddad Croniccus é uma doença que afeta pessoas que acham graça em tudo. No Congresso tudo acaba em pizza... sorrimos das pontas dos narizes políticos sujos de coberturas monetárias adocicadas... rimos de tudo isso inertes, sem parados, sem movimentos quando nós deveríamos “pintar as caras” novamente... Digo que somos todos doentes e destinados à morte risonha porque tentamos buscar cada um nossos próprios caminhos para nos curarmos.

Como ser feliz vendo a maldade reinante e o descaso servo dos prestígios particulares? Se acreditarmos que esse nosso sorriso maroto, esse achar graça em tudo – símbolo do brasileiro faminto que assiste novela feliz da vida rindo dos seus próprios dilemas cinematografados na telinha do “plin-plin”, morreremos felizes de Phelis Xiddad Croniccus.

Se nossa nação não correr para o Senhor das nações, se os palhaços de gravata não se despirem de suas maldades, se eu não for a mudança que quero para o mundo, então Deus rir-se-á de nós (Salmos 2.4).

Por Daniel Luiz

terça-feira, 5 de junho de 2007

O Evangelho segundo Sufjan Stevens

Quem viveu nos anos setenta lembra-se vividamente de um “serial killer” por nome de John Wayne Gacy Jr que aterrorizou a cidade de Chigago, E.U.A. Ele que havia sido abusado pelo pai alcoólatra na infância e que havia se divorciado duas vezes, vestia-se de palhaço com o intuito de seduzir meninos às suas praticas sodomitas. Gacy, depois de violentar os meninos, matava-os e escondia os corpos debaixo do piso de madeira de sua casa. Quando a policia de Chicago descobriu, já haviam cerca de 30 de suas vitimas amontoadas no seu esconderijo secreto. Enfim, uma historia muito triste...

Recentemente com o avanço da internet e da mídia globalizada um artista “indie” de Chicago lançou um disco intitulado “Illinoise” com uma letra dedicada ao assassino em série, seu conterrâneo. O Resultado foi que tanto o artista como a letra “estouraram” pela habilidade clara que Sufjan Stevens tem capturar a imaginação de seus ouvintes.

Na letra da musica de Sufjan Stevens, Gacy é retratado com os mínimos detalhes psicológicos. Parece até uma análise psicoanalísta – chama muita atenção. Todavia, o que choca e paralisa nosso sistema nervoso é a ultima estrofe da musica. Stevens diz:

“No meu melhor comportamento, eu sou igual a ele.
Olhe debaixo do piso de minha casa e descubra os segredos que escondi”.

Sem ser, esta comparação soa verdadeiramente bíblica uma vez que aos olhos de Deus “não existe um justo, nenhum sequer”. O pecado nivela a todos no mesmo patamar. Talvez não tenhamos a coragem nem a clareza para admitir que eu e você somos tão maus como Gacy e Stevens. Não sei os segredos sujos que você esconde na alma, nem você sabe dos que eu escondo, mas, ambos sabemos que o outro esconde. Aos olhos de Deus existem dois grupos de pessoas; os pecadores que admitem isso e os que não admitem. Os que admitem, admitem porque tiveram acesso a Graça ao aprenderem e experimentarem que Deus não os ama pelo que são mas, pelo que Ele É. Me lembrei da frase de Jack Miller que acabamos de adotar como saudação final nos cultos da Comunidade Memorial. Nesta frase Jack resume o Evangelho de forma simples. “Alegre-se! Você é pior do que imagina... mas, Alegre-se! A graça de Deus é muito maior do que você pode imaginar”.

por Felipe Assis

*Para ler mais sobre Sufjan e ter acesso a integra da letra JWG jr clique aqui

Deus é o Evangelho | John Piper

Já faz muito tempo que admiro a maneira de pensar e o conteúdo do pensamento do Pastor batista norte americano Jonh Piper. Pela propaganda que faço de seus livros e sermões tenho sido identificado como seu admirador, e também por externar suas idéias, frases e pensamento sempre que posso.

Por ocasião do meu aniversário no último dia 2 deste mês recebi de grandes amigos (Marcos, Sérvulo, Bruno e Luciano) um livro por presente. Estou fascinado novamente! O livro fala sobre do evangelho sublinhando que a maior dádiva que Deus dispôs no evangelho foi Ele mesmo. Passo agora a pontuar o segundo capítulo do livro pretendendo recomendá-lo.

"O desafio em definir uma palavra ou expressão tão comum, de significado amplo, como "boas novas" é evitarmos dois extremos. Um extremo é definir o evangelho cristão em termos tão amplos que chamaremos de evangelho tudo o que é bom na mensagem cristã. O outro extremo seria definir o evangelho cristão em termos tão restritos que a definição não faça justiça a todos os usos no Novo Testamento.

O Evangelho inclui as boas-novas de que existe um Deus vivo, que criou o céu e a terra... inclui a verdade de que Ele é o Rei do universo que agora, por meio de Jesus, exerce sua autoridade imperial no mundo, por amor de seu povo... é a boa-nova de que o prometido Rei de Israel chegara... e veio para ser Salvador... porque morreu para levar os nossos pecados... e ressucitou dentre os mortos... e nos prometeu Seu Espírito... todas as bençãos do reino, demonstradas no evangelho tinham de ser compradas pelo sangue de Cristo. Por esta razão, a cruz tinha de ser o centro e fundamento do evangelho e por isso as bençãos do evangelho deveriam ser chamadas de evangelho apenas em relação à cruz... paz entre os homens e Deus e entre as pessoas... o efeito desta paz com Deus é a vida eterna. Isto também é o que torna o evangelho de Cristo em boas-novas... as boas-novas de que todas as nações serão abençoadas por meio de Abraão, ou seja, por meio da morte e da ressurreição do descendente de Abraão, Jesus Cristo... as boas novas é a graça de Deus... e esta graça comprada com sangue é essencial ao que torna boas as boas-novas... é as boas-novas de que Deus não poupou Seu Filho e, por isso, não poupará qualquer esforço onipotente para nos dar tudo que é bom para nós..."

No entanto, a maior parte das coisas boas mencionadas nesse capítulo, como partes essênciais do evangelho, não são o bem final do evangelho, e não seriam realmente boas para nós se o supremo bem... não fosse visto e aceito. Esse supremo bem é o próprio Deus, visto e experimentado em toda a sua glória. Visualizar todas as facetas do diamante e não ver toda a sua beleza é aviltante para o diamante. Se os ouvintes do evangelho não veêm a glória de Cristo, a imagem de Deus, em todos os acontecimento e dons do evangelho, eles realmente não vêem o que realmente torna boas as boas-novas."

Compre esse livro aqui

Por Daniel Luiz

terça-feira, 22 de maio de 2007

O Senhor das Trevas

Um pensamento me incomodou durante a minha devocional ontem que suscitou em mim o desejo de compartilhar com vocês. Estava lendo a passagem em Genesis 15 onde Deus corta uma aliança com Abraão prometendo-lhe uma terra e um povo tão numeroso quanto as estrelas do céu. Até aí tudo bem... o que me chamou a atenção foi que antes de “cortar” a tal aliança as seguintes palavras aparecem no verso 12:

Ora, ao pôr do sol, caiu um profundo sono sobre Abrão; e eis que lhe sobrevieram grande pavor e densas trevas”.

Mais especificamente a parte que se refere ao grande pavor e as densas trevas. Pensei: Porque é que Deus lança medo e trevas sobre Abraão antes de prometer a ele algo tão importante e glorioso - Jesus (Gal 4:16); aquele que por meio dele Deus faz de todos os povos uma só nação?

Veio a minha mente então outras tantas passagens que parecem ter a mesma temática. Por exemplo: Me lembrei do fato que em Ex 20:21 Moises entra nas “trevas espessas” onde Deus estava para receber dele instruções específicas de culto após ter recebido os 10 mandamentos.

Lembrei-me também das palavras do salmista no Salmo 97 que dizem: “Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e eqüidade são a base do seu trono”. E as do Salmo 18 que dizem: “Fez das trevas o seu retiro secreto”.

Lembrei-me ainda de Genesis 0. Isso mesmo, pois sabemos que antes da obra da criação em Genesis 1 tudo era escuro e sem forma.

Notei então uma patente que se repete na história da redenção. As grandes obras de Deus são antecedidas por pavorosas trevas. Recordemos a obra da cruz no final dos evangelhos. É registrado pelos evangelistas que quando Cristo se encontrava nos seus últimos momentos, na cruz, segurando seu ultimo fôlego de vida para lamentar o seu abandono pelo Pai e bradar Tetelestai, veio sobre a terra, ao meio dia, densas trevas. Não foi um eclipse solar pois durou cerca de 3 horas nem foi expressão alegórica de quem escreveu porque minutos foram contados.

Recordo-me de uma das obras devocionais que mais me comoveu ao le-la. Em “A Noite Escura da Alma” o monge espanhol conhecido como João da Cruz nos ensina que Deus as vezes, propositalmente, se retira do contato com seus filhos, causando-lhes uma escuridão profunda na alma. Ele faz isso não porque é ausente, mas justamente porque é presente e quer aprimorar ainda mais nossa comunhão com Ele.

As obras de Deus precisam ser contrastadas de forma violenta com o que mais nos apavora, a escuridão, onde todas as coisas se desintegram. Essa é nossa primeira lição. Que precisamos visualizar o esplendor dos seus atos de graças e para isso nada melhor do que trevas.

Além disso, trevas transmitem obscurantismo. É o que Lutero chamava do Deus abscontitus que se torna o Deus revelatus. Em outras palavras: Ele se revela porque é misterioso e o seu ser, seus planos e seus decretos pertencem única e exclusivamente a sí mesmo. Na linguagem de Paulo, na sua mente ninguém pode entrar. Essa é nossa segunda lição que apesar de não entendermos o que ele faz nas circunstancias que vivemos, sabemos que ele é misterioso, não totalmente claro mas com certeza seguro.

E último, notamos que ele habita nas trevas apesar de ser luz. Muito ironico isso!!! E essa é nossa última lição. Que mesmo que nós passemos por trevas não significa que Deus não esteja lá. Só por que o quarto está escuro não significa que ele esteja vazio. O cosmos era escuro, mas ele sempre esteve lá, ao dar a sua lei para iluminar os nossos passos ele estava em trevas e ao morrer para nos transportar para o reino da luz, densas trevas vieram existencialmente e fisicamente sobre ele.

É bom sabermos dessas coisas pois, biblicamente falando a escuridão na vida e na alma pode ser algo aterrorizante mas, também é sinal de que o Senhor das Trevas ainda tem algo para fazer.

por Felipe Assis

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Porque Igreja é um lance tão complicado?

Sabe quando você não consegue tirar uma idéia da mente? É algo bem parecido com aquelas canções bobas que basta escutarmos uma vez ao passarmos por uma carroça de cds piratas e pronto; alugam a nossa mente sem pagar aluguel e permanecem nela por período indeterminado. A idéia que tem entrado em minha mente recentemente que vem e que as vezes cruza minhas linhas de raciocínio, interrompendo-as e as vezes partindo-as é: Porque que Igreja tem que ser algo tão complicado?
Um dia destes cheguei no meu escritório e fiquei lá enfiado o dia todo com reuniões atrás de reuniões, ligações após ligações para administrar a maquina institucional e política que se chama “Igreja”.
Refletindo sobre este fato noto que nós, “pastores de hoje em dia”, somos mais gestores corporativos do que homens que se dedicam a palavra, a oração e as pessoas. Gastamos mais tempo pensando em cimento e tijolos do que no potencial dos dons ministeriais do corpo que verdadeiramente constroem a Igreja. Gastamos mais tempo com computadores do que com pecadores. Gastamos muito tempo para construirmos programas e pouco tempo construindo vidas. Pior; gastamos muito o tempo do nosso povo com reuniões que se repetem em propósito e conteúdo pensando que se o sujeito passar mais tempo dentro das nossas 4 paredes, “mais crente” ele se tornará e consequentemente melhor desempenharemos do ponto de vista institucional. Para nossa classe (pastores), a rotina do “crente” ideal seria mais ou menos assim: No domingo de manhã ele vai a igreja com toda sua família e participa do culto e da escola dominical, de noite retorna e participa sentadinho do culto vespertino. Na segunda ele freqüenta a reunião da sociedade masculina, na terça e na quinta a esposa freqüenta as reuniões da sociedade feminina, na quarta vão ao culto de doutrina, na sexta leva o filho adolescente a sua reunião e no sábado o filho jovem vai a reunião do jovens. Isso porque ele não é um oficial, porque se for, pode colocar pelo menos mais uma reunião a cada quinze dias. Resultado: enquanto pensamos que estamos construindo, na verdade, estamos vagarosamente implodindo sua estrutura familiar e sufocando o seu amor por Jesus. De uma forma subconsciente fazemos com que ele cultive um amor maior por programas do que por Jesus e que se relacione mais com os “irmãos” do que com a esposa e com os filhos.
Não consigo imaginar que era isso que Jesus queria que sua Igreja se tornar-se. A Igreja primitiva certamente não funcionava desta forma. Sei que os tempos são diferentes e que não podemos ser o que éramos antigamente mas, sei que sem a mesma essência não podemos dizer que somos o que pensamos ser, “Igreja”. Em essência não se faz igrejas com prédios, com programas, com sociedades. Se vive igreja; e viver igreja não é viver confinado as 4 paredes e a programas. Viver igreja é ser igreja em casa, no trabalho, com a família, com amigos crentes ou descrentes. Primeiro porque Igreja não é uma organização mas, um organismo e depois porque missão não é pescar de fora para dentro mas, de dentro para fora. Ou seja, a missão do cristianismo é de pescar do reino das trevas (escravidão) para o reino da luz (liberdade) e não pescar do reino das trevas para um cárcere religioso. Se fizermos assim, apenas substituiremos uma prisão pela outra. Se quiser um exemplo bíblico do que estou falando, leia a carta de Paulo aos Gálatas que aqui não tenho tempo de explicar.
Somado a isso tudo ainda existe uma questão prática. A vida hoje anda tão complicada que as pessoas estão em busca do que é simples. As empresas que são mais bem sucedidas na difusão de seus produtos são aquelas que prezam pelo que é simples. Tome por exemplo o caso da Google e da Yahoo. A cerca de 5 anos atrás a Yahoo dominava o mercado das buscas na internet. Hoje são poucas as pessoas que preferem Yahoo ao invés da Google. Entre nesses dois sites e veja porque. A igreja complicada está certamente com seus dias contados pois está gradativamente deixando de atender as necessidades do homem de hoje. Enfim, posso continuar por mais algum tempo mas, vou parar por aqui para não complicar a simplicidade da minha idéia.

por Felipe Assis

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Políticos Papam do Povo enquanto o Povo empaca para o ver Papa passar no papa-móvel | Pasmem!

Enquanto o Brasil se distrai com a presença do Papa, que estrategicamente nos visita afim de “papar” um maior número de pessoas para reverenciar o papado, os políticos “papam” mais um aumento salarial de 28,5%. O que era um salário de R$ 12.847,20 agora sobe para R$ 16.512,09. Enquanto o povo peregrina, enquanto os jovens carismáticos cantam o “o Papa é pop!” os políticos papam, papam e papam.

Em um país onde o salário mais do que mínimo é de R$ 380,00, comemorar diante das câmaras, ao invés de votar de acordo com as necessidades de quem neles votou, é no mínimo um absurdo máximo! Em um país que um deputado custa atualmente, de R$ 93 mil a R$ 105 mil mensais e que se gasta em torno 20 milhões para receber um estrangeiro alemão/italiano, a distribuição de algumas cédulas verdes em um “programa zerístico” não podem nos colocar vendas ou ofuscar nossos olhares. Não se venda, não se venda e não se deixe vendar!

Não estou querendo revoltar você que me lê. Seria chover no ensopado! Quero chamar a atenção para que todos possam usar seus emails para cobrar dos seus senadores e deputados medidas mais sociais e que visam o bem comum. Além de dizer-lhes que estamos sem vendas e vendo o que eles fazem diante da câmara e da câmera. Isto se você lembrar em quem votou na última eleição.

Ao menos guarde o nome de quem deliberadamente prometeu não trair suas promessas e para quem as fez, mas “minimamente” as repudiou. No entanto, se lhes faltarem folhas pautadas utilizem alguns metros papel higiênico. Combina!

Outra coisa: Os reajustes precisam ainda ser votados pelos senadores, mas você tem dúvida do que vai acontecer? Como faz falta um paredão! Quem você colocaria?

Para reportagem clique aqui

Pr. Daniel Luiz

sexta-feira, 4 de maio de 2007

"E o que é a Verdade?"

Esta pergunta foi a resposta diante de Jesus Cristo dada por Pôncio Pilatos. É também a pergunta que cavalga pelos séculos, estaciona em mentirosos e verdadeiros e revela sempre a ignorância ou desejo em conhecê-la.

Sendo bem direto, não concordo com Nietzsche, o filósofo alemão, que disse: "Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas". Tal ignorância denuncia sua distância da Verdade e sua repulsa total pela vinda dEla ao mundo. Mesmo Nietzsche sendo Nietzsche e eu sendo eu.

Também não concordo com J. Krishnamurti, filósofo e místico indiano, que disse: "Não há nada que conduza à verdade. Temos que navegar por mares sem roteiros para encontrá-la". Tal estupidez revela a ignorância pelo fato de existir um Caminho que antes da Verdade que é, também, o próprio caminho e caminhar.

Acredito que todo ser humano está afastado da Verdade e do amor a Ela. Como o povo num Egito distante “somos propensos para o mal”. Por termos uma natureza depravada discordo de Voltaire, poeta, dramaturgo, filósofo e historiador iluminista francês, que disse: "Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto".

Thomas Huxley, biólogo inglês e George Bernard Shaw, escritor irlandês disseram: "Toda verdade inédita começa como heresia e acaba como ortodoxia". Por causa da falta do conhecimento das verdades e do relacionamento com a Verdade temos visto acontecer o contrário – toda ortodoxia terminando como heresia, como mentira.

Todos esses homens nunca se depararam com a Verdade. Nunca poderiam falar do que jamais se lhes tocou os sentidos. Além de nunca terem encontrado a verdade, se perderam. Precisavam eles e precisamos nós do que disse uma cantora e atriz americana chamada Pearl Mae Bailey: "Só encontramos a nós mesmos depois de encarar a verdade". A Verdade é uma pessoa, tem nome e vive ainda hoje, em meio a conceitos mentirosos. A Verdade é Jesus.

Pr. Daniel Luiz

sábado, 28 de abril de 2007

Foto e Grafia

Sempre expressei meu apreço e medo pelas fotografias. Elas nunca me deixam lágrimas no depósito dos meus olhos. Nunca as tive em abundância, no entanto, as que guardo até hoje revelam um tempo em que eu não era eu. Era menino. Era criança sem noção da vida. Era filme sem pose. Quando se é criança não se sabe ser o que as fotografias só revelam mais tarde.

As fotos para mim têm uma qualificação além de estática, além de quatros cores combinadas. São a eternização de um tempo. De um presente. De uma imperceptível passagem do futuro para o presente. É um ausente que só a paralisia vê. Se eu não me ver parado em resultado de um flash nunca me vejo realmente. Jamais me contemplo em um momento. Eu paro.

Sempre que um homem se vê não se vê realmente como homem. Se vê como coisa. Como cores. Como hiato entre o real e o irreal. A razão de termos um número crescente de imagens a disposição é a necessidade de vê como algo coisa diferente daquilo que o espelho já mostra. Tem-se a necessidade de se guardar, mesmo que aquilo guardado não seja você. É nada mais do que você parado e como não conseguimos parar, fotografamos eternizando assim o tempo e momento que jamais existirá. O tempo não pára. O presente não se percebe. A fotografia nos parou.

Choro diante das fotos e imagens de minha infância porque parar para me ver parado é ruim. Parar é olhar pra traz. É não seguir. É interromper o tempo.

A Bíblia é máquina fotográfica. Ela traz imagens de um Salvador que nunca pára. Nunca se estatiza. Jamais olha sequer o calcanhar. Nestas imagens vejo um Cristo me amando sem parar. Enxergo Jesus me curando das minhas paralisias. Choro com estas imagens. Choro com o nunca parar de agir do meu Senhor que nunca se fotografou senão por palavras, testemunhos e milagres.

Pr. Daniel Luiz

Venha e Descanse!

Estou outra vez aqui nos EUA com um grupo de plantadores de igrejas internacionais. Desta vez tenho a honra de estar aqui com meu pai - meu super-heroi em se tratando de plantação de igrejas e os pastores Pedro e Armando, companheiros de ministério em Recife.

O tema que estaremos abordando durante estes próximos dias será: "Venha e Descanse", que expressa uma preocupação pastoral com pastores. Estes precisam ser pastoreados porque pastores são também ovelhas.

Engraçado que nos últimos dias tenho sentido em mim uma necessidade de cuidado; não que o Senhor não cuide de mim, obviamente, mas que existencialmente preciso de seu amparo, de seu carinho, me afirmando, me amando… preciso estar mais perto dEle. É bem comum que como "pastor", guie as ovelhas e se distancie do Supremo Pastor ao mesmo tempo. Isso geralmente acontece quando o foco está no "guiar" e não no "guia". Quando o foco está no "guiar" as ovelhas podem ate descansar, mas o pastor não. Elas podem se saciar, enquanto o pastor se encontra faminto. Isso porque o trabalho do pastor passa a ser individual, pessoal, braçal e, consequentemente, exaustivo. Deixa de ser um trabalho feito por fé e passa a ser um trabalho feito por "obras".

Quando o foco esta no "guia" a coisa se torna diferente, pois aquele que guia as ovelhas passa a ser guiado como ovelha e ao levar as ovelhas aos pastos e às relvas de descanco, o Pastor o alimenta e o faz descansar. Quero comer e quero descansar…

Por Felipe Assis

terça-feira, 17 de abril de 2007

Quando cruzamos a linha do desespero...

Há pouco tempo atrás escrevi sobre o caso do menino João Hélio que deixou boquiaberta a sociedade brasileira. Hoje porem, é a vez da sociedade americana que experimenta nada mais, nada menos do que a maior chacina da história do país. O crime não aconteceu numa periferia, numa favela, numa boca de fumo, mas no campus de uma das 100 melhores universidades do país. O assassinato de 32 alunos não foi cometido por um vagabundo qualquer, ociosos e voltado para uma vida de criminalidade, mas, por um dos alunos que morava no próprio internato da Virginia Tech. Uma faculdade internacionalmente conhecida como esta não apenas aceita alunos que tem condições de pagar cerca de 30.000 dólares por ano. Para ingressar lá, se necessita de massa cefálica e uma participação exemplar ao longo de todo histórico escolar. O que prova que o problema da violência não é o problema da pobreza, da falta de educação, do desemprego. O problema da violência é um problema moral. Logo, um problema do pecado inerente ao coração humano. O homem sem Deus é um homem que “cruzou a linha do desespero” como dizia Francis Schaeffer. Ainda não se sabe ao certo, mas, especula-se que o assassino começou a puxar o gatilho por ciúmes, por achar que sua namorada o traía com outro aluno. A dor do seu coração existencial passou então a ser a dor no músculo miocárdio daqueles que o cercavam também. Dentro desta ótica, a violência se torna o último recurso por não crer que exista solução para a crise imediata. Que exista um ser superior a quem recorrer que entenda a dor interior, que exista um futuro esperançoso, que exista uma dimensão além da material, que não estejamos jogados ao acaso como dizia Heidegger. A violência é o recurso que recorremos por não aceitar que exista um justo juiz. Daí, resolvemos voluntariamente sentar em sua tribuna para batermos o martelo sobre a vida daqueles que julgamos merecer uma sentença. Neste aspecto somos iguais a este “serial killer”, claro que obviamente sem as mesmas proporções e conseqüências. Não obstante, quando sentimos violados, corremos atrás de nossos inimigos para que paguem com os olhos e com os dentes a ofensa cometida contra nós. E mais... no processo, os inocentes espectadores que se cuidem para não se tornarem vitimas por tabela.

No final quando a raiva é satisfeita na carnificina agora exposta em forma de caos, a conclusão é unânime. Não valeu a pena, tanto para quem estava de fora, como para quem violou como para quem foi violado. Isso revela que somos todos desqualificados para julgar e trazer justiça. Se acreditássemos num reto juiz que um dia colocará todos os pontos nos “i”s, jamais tentaríamos sentar em sua tribuna após cruzarmos a linha do desespero.

por Felipe Assis

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Feliz Ressurreição!

Os pregos enferrujados ainda celebram até hoje as aberturas deixadas em suas mãos. A coroa se desfez pelo mesmo tempo que apenas cicatrizou as feridas expostas causadas pelos seus alguns centímetros de penetração em sua cabeça. Os chicotes só perderam alguns pedaços de ossos que teimaram em não sair de suas costas ensopada. A ponta da lança logo secou, mas não antes de testificar à alma de quem a usou que o corpo que ali estava era mais que epiderme e cálcio. O manto descolado jamais saberá o que é ser rasgado de céu abaixo pelo sentido concretizado da morte de quem ele tocou. A cruz nunca mais foi a mesma – apenas vazia de um corpo mas para o quase sempre possuída de um sentido e significado. Do túmulo o odor se foi rapidamente mostrando com sua ausência que era hora da presença angelical. A enorme pedra que servia de portais eternos demudou-se em grão ante a descida do mensageiro. A eterna morte foi apenas efêmera passagem, mas nunca prisão. Nunca acorrentou quem nunca deixou de ser livre. Nunca aprisionou aquele que pode libertar. A lágrima, antes de cair no chão, voltou aos olhos pelos poros das mãos regando os pés de quem, a partir daquela cena, eternizou a proclamação da vitória da vida sobre a derrotada morte. A morte jamais será a mesma. Aliás, jamais será.

“Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (João 11.25).

Pr. Daniel Luiz

terça-feira, 3 de abril de 2007

Entrevista com o Dr. Tim Keller

Durante a conferência para plantadores de igrejas que estão em parceria com a Redeemer tive o privilégio de ouvir do próprio Tim Keller, que encontrou nosso blog e que estava navegando nele. Ele me disse que tentou ler mas, que seu português estava enferrujado. Ri e sugeri que partcipasse de uma breve entrevista no nosso espaço. Ele concordou e me pediu que lhe enviasse um email que em menos de uma semana responderia as perguntas. Pois bem, enquanto esperava meu vôo de volta para Recife no aeroporto de Guarulhos resolvi abrir meu laptop e mandar as perguntas. Fechei, fui no McDonalds pegar um milk shake e quando voltei já havia respondido. Tenho muito respeito pelo Tim e confesso que apesar de não ter tido contato acadêmico com ele, considero-o meu grande mestre de pregação. É portanto uma grande honra ter essa pequena entrevista no nosso blog.


Tim, eu acho que o que você ensina sobre o Evangelho está bem de acordo com os ensinamentos do curso “Sonship” (traduzido aqui como “Aba Pai”). Quando estudava no RTS em ´99 um debate surgiu nas aulas de Teologia Sistemática pois alguns acusavam o Sonship de graça barata e até “uma nova forma de antinomismo”. Você concorda com isso? E... o que você acha desta controvérsia?


Eu frequentei a New Life Presbyterian Church em Glenside na Pennsylvania USA durante os anos de 1984 – 1989 e estive muito envolvido. Eu acredito que muito do modo que falo a respeito do Evangelho veio de ouvir o Dr. Jack Miller (o pastor da igreja) pregar. Os cursos do Sonship foram desenvolvidos por pessoas que eram membros da New Life e foram inspirados pela pregação de Jack. Não obstante, eu nunca fiz o curso Sonship, nem li o material publicado, nem nunca fui a uma de suas conferências. A Redeemer e o Sonship possuem um ancestral comum na pessoa do Jack Miller, portanto tenho certeza que existe grande semelhança sim. Sempre me dizem que soou muito com o Sonship mas, além disso não posso dizer mais nada. Eu não sei quanto o ensino na Redeemer é parecido ou como se diferencia do material do Sonship. E sim… não estou a par desta controvérsia.

Corrija-me se estiver errado. Lutero entendia que a Graça era oposta a Lei e Calvino entendia a Lei como graça. Sendo um calvinista, como é que você enxerga este assunto?



Eu tenho uma visão mais positiva da Lei do que Lutero. Quando você se apaixona você quer conhecer a vontade do ser amado, para que você possa se satisfazer e desfrutar dele ou dela. Você tem um desejo profundo de satisfazer a vontade de quem você ama. A lei moral de Deus é sua vontade, e se eu sou salvo pela graça eu quero obedecer sua vontade por amor e com alegria. E por amor, eu prometo obedecer sua vontade mesmo quando não sinto muita alegria e amor. Então como um cristão reformado, eu creio que devo obedecer a Lei de Deus.

Como é que a Igreja deve disciplinar a luz do Evangelho? Por exemplo, muitas igrejas suspendem o membro faltoso da eucaristía. Eu sei que você gosta muito de dar exemplos práticos então, se você puder fazer assim, ajudará bastante.


Eu acho que se um cristão está preso numa patente de pecado, (por exemplo: se um jovem cristão está transando com sua namorada, ou se um outro cristão não consegue perdoar um irmão em Cristo que o ofendeu) então se ele ou ela está vindo a Mesa do Senhor, eles devem voluntariamente privar-se de tomar parte dos elementos da Santa Ceia. Mesmo que se arrependam na hora, seria uma boa disciplina deixarem de participar da ceia até que tenham certeza de que se arrependeram e que fizeram as mudanças necessárias. Lembre-se que disciplina eclesiástica é apenas fazer o que a pessoa deveria estar fazendo de qualquer forma. Suspender pessoas da Santa Ceia indefinitivamente (até que se arrependam) ou até por um periodo determinado depois que se arrependam, pode ser algo muito bom para o crescimento espiritual.


Ouvi que você estava escrevendo seu segundo livro. Fale um pouco sobre isso.




Estou escrevendo um livro para não-crentes. Nele, tento tratar das objeções que pessoas seculares num lugar como New York City têm em relação a fé cristã. É desenhado para ajudar pessoas a possuirem uma visão mais positiva do cristianismo, talvez até ajudar no processo de se ter fé em Jesus.

por Felipe Assis

quinta-feira, 29 de março de 2007

Não faça nada!

Há alguns dias tive o imenso prazer de substituir Felipe para ensinar na sua aula de teologia sistemática num excelente seminário teológico daqui de Recife (AMESPE). Bíblia em mãos, apostila na outra (tal como os ingleses anglicanos que iam sempre com a Bíblia na mão, e o LOC na outra, rsrsrs); e ai, foi: Berkhof pra lá, Calvino pra cá, Kuyper, Bavinck, Baxter, e etc. Aquela seleção teológica de grandes “cristãos”. Imagine a “responsa” de ter que substituir ao meu amigo, pastor, e em minha opinião, um dos maiores teólogos dessas bandas das terras tupiniquins, apesar da sua pouca idade.

Estive dando as suas aulas, e ao mesmo tempo, estive observando os futuros pregadores, pastores, ou ministradores que se engajaram nesse curso. As aulas foram boas e me senti muito à vontade com os alunos. Vi que dali, bons frutos brotarão para a glória de Deus. As aulas foram “gostosas”, inclusive quando se levantou um caloroso debate na sala a respeito da santificação. Afinal, a santificação é por obras, ou pela fé? A salvação é obra de Deus, e a santificação é obra humana? Ou ambas são obras de Deus no homem?

Verdadeiramente, acredito que, para todos os seminários, o Evangelho deveria ser incluído como matéria isolada, do mesmo modo que existe a teologia sistemática, a teologia bíblica, a teologia do Novo Testamento, Grego, etc. Qual a razão dessa minha observação? A imensa dificuldade que todos os seres humanos possuem de ver o evangelho na simplicidade que ele é, e na imensa profundidade que o evangelho traz aos crentes e descrentes. Como gostamos de complicá-lo... impondo regras, leis, transmutando o evangelho em filhote da religiosidade judaica, e das religiosidades do mundo. É necessário entender que o cristianismo é diferente de todas as outras religiões do planeta.

O mundo, a sociedade secular, o homem de uma forma muito generalizada estão diretamente envolvidos na imensa teia de aranha da ‘cultura da barganha’ e do ‘troca-troca’. A sociedade prioriza aquele que consegue agir com beneficência. O mundo mede as pessoas pela conquista ou logros obtidos, e, o homem pondera o valor de alguém pelo que essa pessoa possa ter, ou oferecer. A nossa sociedade é assim. Legalista. Implacável. Sem graça. Dá a quem merece, salvo raríssimas exceções. Porém com Deus, com “o Deus de toda a graça” as coisas não funcionam dentro desse patamar. “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os meus caminhos os vossos caminhos, diz o Senhor...” (Is 55.8). Pois, todas as demais religiões do planeta, todos os “ismos” religiosos, apelam às obras para que o homem possa ser merecedor, auto-salvador, e alcance assim, por méritos próprios, os lauréis da salvação e uma melhor espiritualidade por intermédio da santificação – como se tratasse de uma conquista olímpica pessoal. Já o cristianismo diz exatamente o contrário. Não fazemos nada, não merecemos nada, não há leis que nos imponham condição à salvação, não há regras que possamos seguir para melhorar o nosso conceito (como se tivéssemos algum...) diante de Deus. Toda a nossa salvação e santificação são pela fé, pois descansa na obra e nos méritos exclusivos de Cristo.

Na verdade, nos santificamos pela fé através da obra do Espírito Santo em nós. Se a salvação é pela fé, e a santificação faz parte do processo inerente de salvação no crente, ela também é pela fé.

Finalizo com a imensa declaração de John Newton (aquele que compôs ‘Amazing Grace’): A humanidade nasceu num pacto de obras – "viverás em quanto não tocares na árvore". Porém, Quando se fala de confiança em Deus, mais que nada a Bíblia quer nos mostrar que agora devemos confiar, não nas nossas obras para obter a salvação, mas nas obras de Cristo para esse fim. Ou seja, não faça nada. Confie apenas no que já foi feito. Confie em Deus.

Pr. Waldemir Lopes

terça-feira, 27 de março de 2007

O Evangelho... direto de Connecticut 2

Hoje o Tim falou sobre as 9 marcas de uma igreja conduzida pelo Evangelho. De forma resumida, resolvi transcrever para aqueles que tem interesse. Se for muito pastoral para você vá à coluna no lado direito e procure um post diferente.

  1. Uma compreensão profunda da profundidade do Evangelho – A graça de Deus converte indivíduos e ao mesmo tempo restaura a criação caída.
  2. Uma visão positiva da cidade – Em Gênesis 2, ao criar o homem, Deus ordena para que Adão e Eva cultivem o jardim. Cultivar o jardim significa não deixar as coisas do jeito que naturalmente são. Deus intencionava que Adão e Eva formassem uma cidade, uma civilização, que emanasse beleza, justiça, amor etc. Daí o mandamento seguinte de popularem a terra. Infelizmente falharam. Por esta razão Jesus veio para fazer o que a Adão e Eva deveriam ter feito. Em Apocalipse vemos esta missão cumprida com o estabelecimento da “Nova Jerusalém”. A Igreja, todavia, é o inicio do estabelecimento deste empreendimento divino que será concluido com a 2ª vinda de Jesus.
  3. Uma visão equilibrada entre Cristo e Cultura – Existem duas visões extremas em relação a este assunto. De um lado temos a visão dos Quakers de que Cristo está contra a cultura e do outro lado temos A. Kuyper que diz que ele está sempre a favor da cultura. O Evangelho todavia mostra que as vezes Jesus se porta contra a cultura e as vezes a favor da cultura. A chave não é nem um extremo nem o outro mas de entender Cristo transformando a cultura de dentro para fora (1 Pe 2:11-12).
  4. Um visão que equilibra evangelismo, discipulado e ação social – Muitas igrejas se descatam em uma dessas áreas mas, poucas conseguem equilibrar bem todas.
  5. Interdependência entre esses quatro elementos – Por exemplo: se você tiver paixão por evangelismo você deve integrar ação social senão seu evangelismo cai por terra. Outro exemplo: se você tiver paixão por discipulado você deve fazer evangelismo senão não terá quem discipular.
  6. Uma Igreja voltada para fora - Tudo que é feito na igreja deve ser feito com a consideração de que descrentes estarão presentes e que descrentes são a missão principal da igreja.
  7. União assimétrica com outras expressões do cristianismo – Isso implica em possuir uma tradição, pois como G.K. Chesterston afirmou “tradição é uma forma de estar em comunhão com aqueles que já morreram”. Todavia, não é suficiente encontrar uma tradição mas, reconhecer suas imperfeições e procurar formas de envolvimento com outras correntes.
  8. Contextualização – É necessario adaptar tudo a realidade presente. Calvino costumava definir isso como “acomodação”. Se o próprio Deus contextualiza revelação à humanidade então a Igreja deve também possuir a mesma preocupação com a humanidade caída.
  9. Plantação de Igrejas – pois tudo deve ser replicado.
por Tim Keller