sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Natal

Entrando no mês de dezembro e vislumbrando o passado, presente e futuro, me sinto como o capitão Nascimento do filme Tropa de Elite. Nascimento e morte. Um menino para nascer e bandidos para morrer. Nascimento fazia nascer a dor dos que causavam dor e a dor de quem trazia em seu ventre a razão da busca pelo fim do renascimento constante da morte.

Nossa sociedade vive com a morte muito de perto. Vivemos admitindo-a mais do que o nascimento. O IBOPE reflete nossa preferência pelas desgraças alheias. Maternidades são temporais, o cemitério não. Enquanto a maternidade arranca lágrimas de dois, a morte prevalece como a campeã em se tratando de fazer jorrar torrentes de aguas dos nossos olhos. Me sinto devedor da morte. Enquanto tudo isso, nasce um menino. Não o de Nascimento, mas que também vem ao mundo em meio a guerra e muita morte.

Natal é nascimento, mas é morte. Em discurso uma palavra deve morrer para dar lugar a outra. A semente de mustarda deve morrer para fazer nascer uma árvore. O nascimento de Cristo nos chama a morrer para nós mesmos, nosso orgulho, nossa prepotência, nossa pseudo-independência e etc. Natal é nascimento para alguém morrer. No caso de Cristo, Ele mesmo morreu para que nós experimentássemos vida.

Você vive como o Capitão Nascimento. Escolha ver o nascimento ou achar que a morte do outro trará paz. O Natal diz morra e renasça em Cristo - o menino-homem que nasceu pra morrer e renascer...

Pr. Daniel Luiz
dlrandrade@gmail.com

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Construindo uma Cidade na Cidade


Li esta semana um artigo no Jornal MIAMI HERALD sobre um grande bilionário americano que acaba de lançar um plano audacioso para o centro da cidade de Miami. Numa área enorme que acabou de comprar por quase 80 milhões de dólares pretende construir um dos maiores complexos do mundo. No projeto constam residências, escritórios, lojas, plazas e áreas de lazer. Creio que todos que leram o artigo ficaram impressionados com a ambição e o tamanho deste projeto. Todavia o que mais me chamou a atenção foram as palavras do bilionário Falcone: “a visão do empreendimento é de se ter uma cidade dentro da cidade de Miami”.
Achei no mínimo engraçado porque estamos prestes a terminar aqui na Comunidade Memorial uma série de pregações sobre o sermão da montanha de Jesus justamente intitulada por nós, Uma Cidade na Cidade.
Neste sermão Jesus apresenta a planta estrutural da Cidade de Deus construída em meio a Cidade dos Homens. O empreendimento de Jesus é muito mais audacioso do que o de Falcone, pois visa construir esta cidade com materiais imperecíveis. O projeto da cidade espiritual alterna de Jesus que já está em fase de execução é construído em cima de vidas transformadas pelo poder do evangelho. De acordo com Pedro “somos pedras deste edifício”, mas, ao mesmo tempo somos habitantes deste edifício. Ou seja, somos a parte física e a parte que usufrui do físico. Isso porque o reino é espiritual mas também gradativamente físico. Como não é chegada a sua plenitude, vemos sua realidade as vezes mais, as menos visível. Um dia porém, será plenamente espiritual e físico. A Bíblia nos seus dois últimos capítulos nos dá um retrato fiel desta realidade. Não obstante, a pergunta aplicável agora é: Como é que participamos deste projeto de Deus que se encontra em andamento? Participo vivendo, não fazendo. Afinal, de contas quem está construindo é Deus. É ele que arranja as Pedras e nos faz casa para nós mesmos. A lógica é, se sou então vivo e não o contrario. Em outras palavras, vivo porque sou, não sou porque vivo. Sacou? Então... é mais ou menos isso aí.

por Felipe Assis