segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Renascer na Cadeia?

Infelizmente aconteceu o que eles mais temiam. Na última sexta feira, em Miami, o juiz Frederico Moreno condenou Estevam e Sonia Hernandes, donos da Igreja Renascer em Cristo á 140 dias de cadeia, mais 5 meses de prisão domiciliar, mais dois anos de condicional cada. Além disso, devem pagar US $ 60 mil de multa.

Hoje, o Estevam já deve estar se dirigindo a um presídio de segurança máxima na Florida onde trocará suas roupas de grife por um macacão laranja e compartilhará a cela com outro detento que não é sua espôsa. A partir de hoje, a Sonia fica presa em casa controlada por um chip ligado ao seu pé para poder tomar conta dos filhos que ainda vivem com o casal. Depois que o Estevam cumprir sua pena, chegará então a vez da Sonia de ir ao presídio.

O fato que mais chamou a atenção daqueles que estavam presentes no momento em que a sentença foi proferida foi o fato dos dois pastores (um termo diminutivo para eles) chorarem pedindo inúmeras vezes misericórdia ao juiz depois de terem confessado aos crimes de contrabando de dinheiro e conspiração para contrabando de dinheiro. Inclusive, disse que no final da sentença a Sonia perguntou soluçando: “Quer dizer que eu vou para a cadeia?” então o juiz Moreno respondeu: “Sim, você vai para a cadeia”?

Fico refletindo o que talvez deva ter passado pela cabeça deles momentos antes de entrarem na corte. Temos notícias que seus seguidores mais próximos já planejavam uma festa onde o seu Gideão receberia a vitória do Senhor depois de botar para correr seus inimigos. Vitória essa que prometeu aos fiéis ingênuos, todavia sinceros, o tempo todo desde que foram pegos mentindo e roubando. Acho que tanto eles quanto seus seguidores, por serem brasileiros, pensaram que no final tudo acabaria em pizza. Mas como estavam num país que felizmente, a justiça é cega, terminaram o tribunal como réus convictos.

Até agora estou pensando como o Evangelho se aplica a uma situação como esta.

O Evangelho fortalece os humildes e humilha os orgulhosos. Talvez é chegada a hora dos que jamais admitiram seus erros, fraquezas e pecados diante dos seus fiéis por serem espécies raras de semi-deuses entre nós que só vencem, sucedem e prosperam de serem expostos por meros seres humanos, pecadores e depravados. A máscara em fim caiu! Porém não de uma forma ruim. A ironia é que às vezes Deus usa outras formas de confissão quando escolhemos por vontade própria não admitir esta verdade básica do Evangelho. Não admitiram e omitiram de seus fiéis, mas, tiveram que admitir perante a justiça americana. Creio que esta pode ser uma excelente oportunidade para Estevam, Sonia e seus seguidores de enfrentarem seus demônios e se voltarem para o Evangelho genuíno que não promete promessas superficiais à respeito de Deus e da vida mas, oferecem bênçãos profundas. Bênçãos ligadas não ao acumulo de bens materiais e títulos ligados ao nosso nome mas, à simplicidade de não se ter e não ser. Benção de ter um Deus que nos encontra não na nossa “fidelidade”, mas na nossa infidelidade, na pecaminosidade do nosso cárcere não apenas físico mas, espiritual e nos oferece amor, reconciliação e renovação ministerial. Por fim, é uma oportunidade de lançarem no lixo o evangelho falsificado que por tanto tempo pregaram para que numa outra ocasião diante do justo Juiz, não tenham que chorar e implorar absolvição por terem feito milagres em seu nome, expulsado demônios, curado enfermos e pregado o “evangelho”.

por Felipe Assis

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O Evangelho segundo Mia Farrow

A atriz americana Mia Farrow, que ficou conhecida por interpretar Rosemary, a mãe do bebê demoníaco no clássico “o Bebê de Rosemary”, enviou uma carta ao presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir-Bashir, pedindo a liberdade de um líder de um grupo armado da região. Suleiman Jamous foi um ex-líder armado do Exército pela Libertação do Sudão (ELS), e é, atualmente, o coordenador humanitário deste grupo. O ex-assassino e rebelde, que se encontra sob custódia em um hospital daquele país, se não for tratado, morrerá. De uma forma bastante “evangélica”, ela oferece a sua liberdade na troca do prisioneiro, Jamous.

Na carta, Mia Farrow, que é Embaixatriz da UNICEF, enfatizou que: "...antes da sua captura, Jamous já estava exercendo um papel crucial na aproximação do ELS à tabela das negociações, e na busca de uma reconciliação entre as facções rivais". O texto da carta adiciona: "eu estou propondo uma troca. Jamous por mim. Eu ficarei presa no seu lugar, assim poderá fazer o exame e se tratar da doença...”.

Ora, a atitude de Mia Farrow propondo uma troca de lugar com o prisioneiro moribundo, é, na realidade, um pequeno rascunho de uma grande troca feita no Calvário há 2.000 anos. A grande diferença da atitude de Farrow para a do Senhor é que “Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado” (Romanos 5.8).

O pecado é uma violação dos mandamentos e do caráter justo e santo de Deus. Cabendo, por causa da própria justiça e integridade divina, um justo castigo por tamanha violação. Na cruz, Jesus se pôs no nosso lugar legal, recebendo o nosso castigo, para que nós pudéssemos obter a vida que é de Deus (a vida eterna). Assim, a cruz é uma “grande troca”, onde Cristo ocupou o nosso lugar moribundo. Ao pecar, o homem troca de lugar com Deus para se tornar “senhor” da sua própria decisão. Porém, na redenção expiatória, Jesus, toma o lugar “punitório” da desobediência do homem. Ou seja, o homem pecou, fazendo-se “Deus”; e o Pai, aniquilou o efeito nocivo do pecado fazendo-se homem.

Jesus foi excluído, humilhado, pisoteado pelos homens, condenado sem merecer, feito prisioneiro, rejeitado, e recebe a ira e o julgamento de Deus (no nosso lugar). Tudo isso, para que pudéssemos ser aceitos e livres. O evangelho é: Deus satisfaz a sua justiça substituindo... Ele escolheu ser “preso” durante três dias no ventre da Terra, para que pudéssemos ir Àquele que nos curaria.

Waldemir Lopes, pastor

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Meet the iPhone

Finalmente matei minha curiosidade.

Coloquei minhas mãos no novo IPHONE. Não é grande demais nem complicado demais, apesar de ser o “boom” do momento no mundo da tecnologia. Na verdade, é bem simples e bem atraente. Tem apenas um botão e uma tela “multi touch”. Inédito. A mídia vem dizendo que é uma verdadeira revolução. A próxima geração de aparelhos de celular onde comunicação em audio será apenas um detalhe.

O que é intrigante é o slogan da APPLE - empresa que produz o IPHONE: “Vivemos para enriquecer vidas”. Para eles, seus produtos são a solução de todos os problemas do homem moderno. Daí, cada vez que uma nova máquina de plástico é lançada, ouve-se deles, através de suas belas campanhas de marketing a seguinte frase: “Meet the ....” que significa conheça ou apresentamos o... (nome do produto).

Será que máquinas que facilitam nossas vidas nos enriquecem ou nos empobrecem? Tenho certeza que, financeiramente somos empobrecidos, já que o custo para se obter qualquer um desses aparelhos é altíssimo. Conheço inclusive alguns que jogam todo seu salário mínimo em cima de um celular com uma câmera. Mas, e existencialmente?

Se respondermos afirmativo, refletiremos a realidade virtual do filme MATRIX, onde vemos uma humanidade controlada por máquinas. Nesse caso precisamos tomar a pílula vermelha que nos leve a uma outra dimensão para então redefinirmos o que é liberdade, ou, o que é escravidão, ou ainda, o que é riqueza e o que é pobreza.

por Felipe Assis