segunda-feira, 9 de abril de 2007

Feliz Ressurreição!

Os pregos enferrujados ainda celebram até hoje as aberturas deixadas em suas mãos. A coroa se desfez pelo mesmo tempo que apenas cicatrizou as feridas expostas causadas pelos seus alguns centímetros de penetração em sua cabeça. Os chicotes só perderam alguns pedaços de ossos que teimaram em não sair de suas costas ensopada. A ponta da lança logo secou, mas não antes de testificar à alma de quem a usou que o corpo que ali estava era mais que epiderme e cálcio. O manto descolado jamais saberá o que é ser rasgado de céu abaixo pelo sentido concretizado da morte de quem ele tocou. A cruz nunca mais foi a mesma – apenas vazia de um corpo mas para o quase sempre possuída de um sentido e significado. Do túmulo o odor se foi rapidamente mostrando com sua ausência que era hora da presença angelical. A enorme pedra que servia de portais eternos demudou-se em grão ante a descida do mensageiro. A eterna morte foi apenas efêmera passagem, mas nunca prisão. Nunca acorrentou quem nunca deixou de ser livre. Nunca aprisionou aquele que pode libertar. A lágrima, antes de cair no chão, voltou aos olhos pelos poros das mãos regando os pés de quem, a partir daquela cena, eternizou a proclamação da vitória da vida sobre a derrotada morte. A morte jamais será a mesma. Aliás, jamais será.

“Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (João 11.25).

Pr. Daniel Luiz

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