quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O Religiosismo que mutila o Evangelho – parte II

A Bíblia diz em Levítico 21:17-20 que aqueles que tivessem os corpos mutilados, danificados, ou fossem "diferentes", não se qualificavam para o oferecimento do pão. Do mesmo modo, mulheres menstruadas, homens que recentemente tivessem tido emissão noturna, pessoas com enfermidade de pele ou feridas supurentas, alguém que tivesse tocado em cadáver, ou tivesse comido animais como lagosta, ostras, porco, coelho, etc. – todos esses eram declarados cerimonialmente impuros. A pratica de algo assim era vista como uma transgressão à lei ritualística de Deus. Os religiosos não entenderam a graça intrínsica nas linhas da Lei, e acharam que qualquer um pecaria dependendo do que comesse, tocasse, ou da sua constituição genética.

Parece inconcebível, porém, esse era o ambiente que definia o judaísmo da época. A união da lei mosaica e das regras farisaicas. Por esta razão, todos os dias, os judeus religiosos nas suas orações matinais davam graças a Deus por "não ter nascido mulher... por não ser gentio... por não ser escravo..." etc.

Na concepção errada do pecado, transgredir estas leis era ofender a Deus. Nosso Senhor Jesus veio e aplicou a lei, tal e como era. A lei é um reduto da graça. Ele mostrou como deve ser o verdadeiro religioso. Quando Jesus veio, ele aprimorou a mira das pessoas que estava totalmente fora de foco. Acabou com essa história de "puros" e "impuros". Falou abertamente: "vocês não entenderam nada!". Na verdade, o texto em Levítico (exposto acima) mostrava que aquelas determinadas pessoas, tidas como "esquisitas" e discriminadas pelos religiosos, não ofereceriam o pão, porém seriam os beneficiários mais diretos do culto. Seriam privilegiados por isso. Não era para desqualificá-los, e sim, para honrá-los. Logo, os religiosos pensaram em desqualificar e não em amparar. O religiosismo sempre vai se preocupar com as trivialidades, negligenciando as coisas mais importantes.

O religiosismo é legalista, olha para si, ao invés de olhar para a comunidade. Olha para os seus sentimentos ao invés de olhar para Cristo. Não é seguidor de Cristo, é satisfazedor de si próprio.

Pr. Waldemir Lopes

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