Ontem (23/02) fui informado por email e telefone que o sogro de um grande amigo meu havia falecido. Essa notícia me fez orar e refletir mais sobre a morte que nos visita como um parente mal educado em dia de sábado - sem avisar. Não quero ser teológico nesse texto nem tão pouco exegético (se bem que todos pensamos com pressupostos). Também porque li a respeito, acredito que a morte além de ser inevitável é e sempre foi necessária.
Já estamos dentro da
quaresma - quarenta dias antes da
Páscoa. E a Páscoa, não diferente da nossa vida, traz consigo a realidade da morte. Lembro que para que a mesa daqueles que participaram da primeira Páscoa estivesse recheada de suprimentos e cheirando a carne assada algo teve que morrer - o cordeiro. Para que o espírito devastador de Deus não entrasse nas casas para consumir quem ali estavam o sangue de um animal morto teve que ser aspergido em cima das portas casas dos habitantes. Para que Israel fosse "totalmente" liberto do Egito os cavalos e cavaleiros de Faraó tiveram que morrer afogados no Mar Vermelho. Certamente você já assistiu o
Príncipe do Egito e presenteou estas "mortes para livrar".
Agostinho dizia que para que o discurso seja inteligível umas palavras devem morrer para dar lugar a outras. A morte também é necessária no discurso e conversações. Ela é necessária até para a filosofia: "Morte, gênio inspirador, a musa da filosofia. Sem a qual dificilmente se teria filosofado".

O evangelho me ensina e lembra, mesmo depois de uma notícia tão amarga, que a morte é necessária principalmente em se tratando do relacionamento que temos com Deus. O evangelho diz que só temos vida com Deus porque Cristo morreu. Só vivo Cristo em mim se eu morrer para mim mesmo. Só é possível ter vida celestial eterna se por ela passarmos tendo a Vida. A morte do sogro do meu amigo, da avó de um colega, de uma prima que se rendeu precocemente, de um marido exemplar que enviuvou sua amada esposa, da minha primeira bananeira que plantei em um vaso de barro e morreu por não poder estender sua raízes de vida para o mundo além-vaso... contemplando a expressão de suave serenidade refletido no rosto da maioria dos mortos e das coisas mortas - sim, as coisas tem cara - sou lembrado que a morte me é benção enquanto não morro e maldição para aqueles que ainda não morreram.
Pelo Pr. Daniel Luiz
Um comentário:
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