quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Reflexão acerca da paternidade


Já fazem quatro dias que minhas filhas se encontram doentes. De acordo com a pediatra isso nada mais é do que uma virose ocasionada pelo fato de que minha primogénita há 3 semanas começou a freqüentar a escola. À duas noites atrás o relógio marcava 3:14 quando acordei com a camisa ensopada na região do peitoral com o cheiro forte de vomito. Sem revolta e sem reclamação como não era o meu costume quando acordava com o rosto coberto de pasta de dentes dos trotes que passei em acampamentos na adolescência, levantei e me lavei. Sinceramente, não pensei no sono gostoso que havia sido interrompido nem no cheiro desagradável da bile estomacal. Pensei na minha filha que quando apalpei quase que queimei a mão da temperatura que radiava do seu corpinho. Instintivamente e imediatamente fui na cozinha, enchi a seringa de Tylenol infantil e descarreguei-a na sua boca. Esperei até que a temperatura dela baixasse para que depois pudesse retornar ao sono. Depois que o termómetro posicionado em uma de suas axilas marcou 37,5º, voltei aliviado para o travesseiro com a esperança de que ela acordasse bem na manhã seguinte. Após refletir sobre isso, cheguei a conclusão que mudei. Mudei porque tenho aprendido a ser pai. O engraçado é que disse a minha esposa antes de ter filhos que topava ter filhos, mas numa condição, que não trocaria fraldas...rsrsrsrsrs. A verdade é que já fui muito além disso! Ser pai não só tem me ajudado a renunciar a mim mesmo, mas também me ajudado a mergulhar minha alma de cabeça na experiência da paternidade de Deus. O Evangelho nos ensina que não somos mais escravos, mas, filhos amados do Pai. Não somos filhos gerados como é Jesus, o Filho eternamente gerado. Somos adotados mas, o amor do Pai pelo filho gerado é o mesmo daqueles que são filhos adotados como eu. A lógica é que o Pai ama aqueles que são adotados como o que é eternamente gerado por que os ama no filho gerado. A base da nossa filiação é única e exclusivamente porque somos unidos de forma misteriosa com aquele que tem a mesma genética do Pai. Então, do mesmo modo que o Pai disse ao filho gerado: “tu és meu filho amado em que eu tenho constante prazer”, o som de suas palavras se aplica também a mim. Se depositar essas palavras no âmago do meu ser e leva-las a sério, jamais me sentirei abandonado ou desaprovado pelo meu Pai, pois, nem a sujeira dos meus vómito existenciais, nem as febres emocionais, nem as horas inconvenientes que precisar de seu auxilio me tornará inadequado diante dele. Nos dias de saúde e nos dias de cama, Ele tem prazer em mim.


Felipe Assis


sábado, 24 de fevereiro de 2007

A Necessidade da Morte

Ontem (23/02) fui informado por email e telefone que o sogro de um grande amigo meu havia falecido. Essa notícia me fez orar e refletir mais sobre a morte que nos visita como um parente mal educado em dia de sábado - sem avisar. Não quero ser teológico nesse texto nem tão pouco exegético (se bem que todos pensamos com pressupostos). Também porque li a respeito, acredito que a morte além de ser inevitável é e sempre foi necessária.

Já estamos dentro da quaresma - quarenta dias antes da Páscoa. E a Páscoa, não diferente da nossa vida, traz consigo a realidade da morte. Lembro que para que a mesa daqueles que participaram da primeira Páscoa estivesse recheada de suprimentos e cheirando a carne assada algo teve que morrer - o cordeiro. Para que o espírito devastador de Deus não entrasse nas casas para consumir quem ali estavam o sangue de um animal morto teve que ser aspergido em cima das portas casas dos habitantes. Para que Israel fosse "totalmente" liberto do Egito os cavalos e cavaleiros de Faraó tiveram que morrer afogados no Mar Vermelho. Certamente você já assistiu o Príncipe do Egito e presenteou estas "mortes para livrar".

Agostinho dizia que para que o discurso seja inteligível umas palavras devem morrer para dar lugar a outras. A morte também é necessária no discurso e conversações. Ela é necessária até para a filosofia: "Morte, gênio inspirador, a musa da filosofia. Sem a qual dificilmente se teria filosofado".

O evangelho me ensina e lembra, mesmo depois de uma notícia tão amarga, que a morte é necessária principalmente em se tratando do relacionamento que temos com Deus. O evangelho diz que só temos vida com Deus porque Cristo morreu. Só vivo Cristo em mim se eu morrer para mim mesmo. Só é possível ter vida celestial eterna se por ela passarmos tendo a Vida. A morte do sogro do meu amigo, da avó de um colega, de uma prima que se rendeu precocemente, de um marido exemplar que enviuvou sua amada esposa, da minha primeira bananeira que plantei em um vaso de barro e morreu por não poder estender sua raízes de vida para o mundo além-vaso... contemplando a expressão de suave serenidade refletido no rosto da maioria dos mortos e das coisas mortas - sim, as coisas tem cara - sou lembrado que a morte me é benção enquanto não morro e maldição para aqueles que ainda não morreram.

Pelo Pr. Daniel Luiz

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

A dor de ver seu filho linchado por bandidos


Ainda posso sentir o gosto de vômito na boca da náusea que não só tomou a minha alma mas alma de todos os brasileiros na semana passada quando soubemos da tragédia ocorrida com o menino João Hélio Fernandes Vietes de 6 anos. João Hélio foi arrastado por 7 quilômetros pelas ruas da zona norte do Rio de Janeiro preso a um cinto de segurança após bandidos terem roubados o carro popular da família. O choque que tomamos não foi apenas resultante da carnificina presenciada do pedaço de tórax que restou pendurado a fuselagem do carro mas, o drama da mãe de João Hélio que não conseguiu libertar sua criança a tempo do cheiro de borracha queimada no asfalto tomar conta de suas narinas. Eu como todos aqueles que são pais se colocaram no lugar de dona Rosa imaginando-se naquela situação de desespero meio densas trevas existenciais. Pensei em minha filha Analisse de 26 meses de idade que sempre anda afivelada à sua cadeirinha no banco traseiro do Xsara Picasso que possuímos. E se fosse eu, com as mãos tremendo do ataque de nervos do grito de assalto que não conseguisse libertar a Analisse a tempo? E se fosse eu que depois de ver o carro arrancando visse a cabeça da minha princesa esfacelar no asfalto à 10 metros dos meus olhos? E se fosse eu que tivesse que abraçar sua carcaça e coletar os pedaços deixados na trilha de sangue? E se fosse eu que depois de tudo, ficasse sabendo que o bandido tinha apenas 16 anos de idade e que seria recolhido a Fundação do Bem Estar do Menor e que provavelmente depois de 3 anos seria posto em liberdade pelas leis que regem o nosso país? Ante a isso minha alma grita como o brado de uma fera descontrolada por justiça. Pode não existir uma lei fora de mim, mas, dentro de mim e de você existe um lei que clama por justiça. Essa lei não se satisfaz com um pivete preso atrás das grandes de uma instituição por 3 anos. Essa lei pede a sua cabeça e seu sangue! É olho por olho e dente por dente! Essa lei inerente que está tatuada em meu coração é mesma que pede a minha morte todos os dias pelos pecados hediondos que maquino e cometo. Isto explica porque depois de ter apunhalado alguém pelas costas, mal tratado minha esposa ou feito algo ilícito, perco meu sono pois minha conciência adquire a densidade do chumbo e afunda minha cabeça abaixo do nível do travesseiro. Foi assim que a justiça que provém dessa Lei clamou quando por causa da minha iniqüidade linchei com você o Filho de Deus. O pecado de Felipe Assis arrastou pela zona norte de Jerusalém a carcaça de Jesus que após 13 horas de profundas torturas emocionais e físicas foi pregado vivo a um pedaço de pau e morreu devagarzinho com direito a todas as dores provenientes de uma crucificação romana. Eu estive lá de espectador gritando com os demais –“Crucifica!” e assisti quando ele gritou como talvez pensou João Hélio ao ver seus carrascos tirando seus pedaços –“Papai (ou Mamãe no caso de Joãozinho), porque você me abandonou?” O Pai como a Mãe ficou imóvel ao ver tamanha injustiça recair sobre seu Filho Amado. O seu coração contorceu por não poder responder naquele momento a pergunta de seu filho. Só lagrimas caiam de seu rosto pois sabia que a sua justiça demandava morte ao que transgride a lei. Lá deveria estar eu, você, e aquele menor de 16 anos de idade. Aos olhos do Pai, somos todos iguais. Todos trucidamos seu Filho mas, tudo foi necessário, porque se não fosse de outra forma teria de ser eu e você... Essa é a mensagem do Evangelho.

por Felipe Assis

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Escandalosa Graça!


O bem que quero fazer esse não faço, mas o mal que não quero fazer esse sim eu faço!

Essa é pra mim uma das declarações mais estranhas que já li!

Como alguém que deseja fazer o bem, não faz? E ao invés disso pratica o mal como pulsão do seu ser?

Como entender essa tendência incontrolável, que transforma o homem num ser auto-destrutível, que o faz construir sistemas doentios, onde ele é a principal e maior vitima?

E o mais incrível, foi o apostolo Paulo quem afirmou isso. E é ele mesmo que deixa muito claro que esse é o estigma de todo homem, essa é a marca de todos os filhos de Adão, a pulsão para o mal, como uma necessidade inerente da alma.

Sem duvida, essa é uma perspectiva enlouquecedora, você querer e não poder, você desejar e não ser saciado em seu desejo, você ansiar por algo que é possível, e se perceber sem condições de experimentá-lo! Sim tudo isso enferma a alma, e desequilibra o ser, produz as piores neuroses emocionais, nos transformando em esquizofrênicos, nos partimos, e começamos a existir departamentalizados, nos tornamos como caquinhos humanos.

Nessa dimensão o querer não é poder, isso porque o poder que resulta dessa experiência é o poder do pecado e da escravidão, que expõe a fragilidade humana e faz o coração transbordar de culpa, sim tudo isso é escravidão e um julgo impossível de se carregar.

Quem quer fazer o bem e não faz, só pode sentir angustia e frustração, é pior do que isso, por que conforme Davi é como ter os seus ossos esmagados, é se enxergar um marginal, é não ter consolo no ser, é ter um coração sem paz!

Ora, nada essencialmente humano pode equilibrar o homem, ele está imerso num ciclo escravizador e, portanto é viciado no mal que lhe habita, e é por isso que o bem que ele deve fazer não faz, mas o mal que não deve ser feito, esse sim ele deseja fazer...esse sou, homem desventurado!

Qual a solução então? Qual a saída para esse ser desequilibrado em suas emoções, perdidos em seus propósitos? A GRAÇA, sim, somente Graça pode recompor este homem, somente a Graça alinha a existência de um ser sem foco. Somente a Graça pode fazer de um homem polarizado entre o bem que deveria fazer e não faz, e o mal que não deveria fazer e faz, e portanto adoecido, cheio de culpa e frustração, em alguém pacificado e cheio de esperança!

E por quê? Por que a Graça não depende das nossas ações e das nossas barganhas! A Graça grita dentro de nós..."TUDO ESTÁ CONSUMADO!"

Não é preciso mais aplacar a ira dos deuses sanguinários, posto que o sangue do Cordeiro já fora derramado, satisfazendo a justiça do Pai!

A Graça grita dentro de nós, nos lembrando que houve derramamento de sangue, e, portanto há perdão, não há mais barganhas a fazer, só há Graça!

Portanto, o equilíbrio não tem haver com os mecanismos externos e com sistemas deste mundo, ser sóbrio, mesmo não fazendo o bem que se deve fazer é ter a consciência de que somos percebidos através da Graça de Deus manifestada na Cruz de seu Filho, sim tudo isso é Graça que nos torna homens lúcidos, num mundo desequilibrado!

Pedro Albuquerque

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

A prática não salutar de se cultivar serpentes


Certa vez uma mulher da minha igreja chegou para minha esposa e disse: "-Eu não sou a mulher do pastor, mas trabalho muito mais do que você!" Com lágrimas que se derramavam sobre as maçãs de seu rosto ela mais tarde me contou a amarga experiência. A minha reação de início foi a imaginada: Raiva, indignação, sede por justiça etc. Todavia, depois de parar para refletir vi que o comportamento da suposta "irmã" representa muito bem o comportamento da maioria dos "crentes". Comportamento este que é disseminado no meio eclesiástico na maioria das vezes dos púlpitos. Me senti então responsável porque acho que nenhum pastor gostaria de ouvir o que ouvi da minha esposa naquele dia, entretanto, talvez a dor de uma picada como esta, deva-se ao fato de ter criado serpentes para mim mesmo. Criamos serpentes para sermos mordidos ao exigirmos do povo uma carga que não podem carregar. Fazendo-os sentir culpados por terem ido a praia com a família ao invés da escola dominical, chamando-os de ladrões quando em um determinado mês cai a arrecadação mensal da igreja, citando seus nomes de púlpito por terem sidos apanhados em flagrante no sol quente da praia saboreando uma gelada ou elogiando de púlpito os "destaques" de serviço do mês como fazem os supermercados com porta-retratos de funcionários na parede... Estas, dentre outras práticas pastorais não são raras de ver ou ouvir nas igrejas mais próximas de nossas casas. É justamente desta forma que se cultiva serpentes venenosas. Essa é a dieta que produz "crentes serpentes", orgulhosos e ao mesmo tempo debilitados na auto-estima. É engraçado que a raiz da baixa estima é a mesma do orgulho porque ambas são viciadas numa auto-imagem impecável. Por isso, quando fazem, se sentem "a bala que matou Kennedy", com créditos no banco celestial a esperar uma oportunidade para sacar a grana depois de uma barganha com o Altíssimo. Do outro lado da moeda, quando falham nos seus objetivos ou ficam a quem de suas responsabilidades se sentem a mosca sobre o cocô do cavalo do bandido. Vivem se comparando aos outros de cima para baixo ou de baixo para cima pois o mecanismo de condução de suas vidas é a performance. Performance é o que a Bíblia chama de obras. Obras e a imagem que esta produz era o que os Fariseus nos dias de Jesus viviam atrás. São estes mesmos Fariseus que Jesus um dia taxou de Raça de Víboras. Raça de Víboras porque eram incrédulos apesar de serem religiosos. Eram religiosos mas, não viviam pela fé como fala Paulo em Gálatas e Romanos. Temo que a grande maioria dos "crentes" são dirigidos por obras e não por fé. Não entendem quem são aos olhos do Pai, que o Pai não está nem aí para sua performance pois a única performance que vale é a de Cristo, a lente por quem Ele, o Pai agora os enxerga. Se esquecem que a grande diferença que um crente faz não é aquela de fora para dentro que nós pastores, comumente estimulamos de púlpito, mas aquela que provêm apenas do crer. O crêr transforma de dentro para fora. O crêr trás humildade. O crer trás confiança. Apenas creia...


Pelo Pr. Felipe Assis

O Evangelho e a Auto-Estima

Assisti um programa de televisão aqui de Pernambuco onde o apresentador entrevistava uma psicóloga sobre o tema auto-estima. Ele, antes mesmo de obter alguma resposta, e até parecendo pretender que a entrevistada respondesse aquilo que ele mesmo cria, falava respondendo e fui incomodado sobre as causas e raízes da "baixa auto-estima" que foram apresentadas.


Diziam que devemos nos considerar importantes e valorosos no momento em que chegou o convidado que estava atrasado, que por coincidência estava psiquiatra, rapidamente opinou que as pessoas devem procurar as raízes da baixa estima que geralmente, dizia ele, estão em problemas do passado e em desencantos sofridos na vida como um relacionamento acabado, um desemprego prolongado, uma deficiência ou mesmo a timidez.


No meu ponto de vista o problema da "baixa auto-estima" está mais enraizado do que a própria raiz indicada pelo entrevistado. O coração do problema está no problema do coração, como alguém já disse. O obstáculo para que tenhamos uma estima sadia e verdadeira somos nós mesmos, nossos valores trocados, nos ídolos de estimação.


Todos que não têm Cristo misticamente ligado à sua vida correm e lutam por auto-estima. Todos querem se dizer importantes e com valor repetindo quase que um mantra mágico todos os dias quando lêem livros de auto-ajuda, horóscopo ou qualquer outro meio que lhes ajuda a enxergar aquilo que gostariam de ser e não o que são.


O evangelho ao ser revelado a um homem o coloca numa posição real e clara. Ele diz que somos caídos, falidos e que nossa estima é irreal, nossa imagem é cruel e tem cheiro de "fedição". Nos diz que somos piores do que imaginamos. Mesmo que a mulher estude e busque se tratar, como dizia a psicóloga, lute por ser gente e por assim ser considerada, o evangelho, como digo, lhe dirá que essa busca nada mais é do que uma tentativa de obscurecer a necessidade que temos de nos revestirmos da estima de Cristo.


Quem busca uma auto-estima fora do evangelho e da imagem de Cristo já se denuncia como fracassado e baixo. O apóstolo Paulo no terceiro capítulo da carta que escreveu aos Filipenses faz uma lista das coisas que o estimavam no judaísmo e o colocava acima de todos os outros de sua idade e convivência. Ele tinha tudo que se precisava ter para que sua estimação fosse a mais alta possível, no entanto, ao conhecer o caráter e valor inestimável de Jesus Cristo, e até mesmo num primeiro momento quando apenas a face da Luz fora lhe permitida ver, seguida por uma voz que causava tremor, o mais considerado dentre os homens da época e região reconheceu que correr para lutar por sua auto-estima era se reconhecer pobre de espírito.


Assim como Paulo, e ao contrário do que alguns psicólogos e psiquiatras afirmam, o problema da auto-estima só será combatido de frente e desarraigado se olharmos para Cristo como nossa imagem e nEle fazer descansar nossa justiça. Só aqueles que se vêem amado infinitamente por Deus e agraciado abundantemente pelo Pai percebem que nada do que podem fazer baixará sua estima e consideração diante de Deus, assim como nada que podem fazer aumentará sua estima diante do mesmo Deus.


Ninguém me precisa dizer que sou isso ou aquilo pois Aquele que vive em mim É. Se Ele do alto emite sua voz dizendo: "Este é o meu filho amado em quem tenho prazer" e se temos em nós vivendo o Justo, justoou quem me gerouara ter auto-estima? fazer aumentaro como nossa imagem de nEle descansar nossa ljustiça tremor Aquele que nada deve ou deveu e nem sequer pecou o que se precisa mais para ter auto-estima? Porque ir ao cemitério e culpar quem gerou quem me gerou?


pelo Daniel Luiz

Cristianismo Puro e Simples

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Durante a Segunda Guerra Mundial, a BBC convidou C. S. Lewis para fazer uma série de palestras pelo rádio. Foram programas que, ao final, deram um sentido novo à vida de milhares de adultos de todas as classes e profissões. O livro Cristianismo puro e simples, que colige essas preleções legendárias, veio a ser considerado a mais popular e acessível de todas as obras de Lewis, lembrando-nos daquilo que é mais importante na vida e apontando-nos o caminho da alegria e do contentamento. Esta edição de qüinquagésimo aniversário nos recorda de uma ocasião em que C. S. Lewis foi capaz de dar conforto e consolação a milhões de pessoas num tempo de guerra e de incertezas; mas suas palavras são tão pertinentes agora quanto em qualquer outra época.

Lutero: Testemunho de Conversão


"Enquanto isso, neste mesmo ano, 1519, voltei a reinterpretar os Salmos. Eu tinha confiança que agora tinha me tornado mais experiente, após ter lecionado a epístola de Romanos, a de Gálatas e o livro de Hebreus na universidade. Fui capturado pela ânsia de compreender o que ensinava Paulo na Epistola aos Romanos. Mas até então não foi a falta de um raciocínio frio que me impediu de avançar, mas uma única frase no cap. 1: “nele a justiça de Deus é revelada”. Eu odiava a expressão “justiça de Deus”, que de acordo com o uso da maioria dos meus mestres, fui ensinado a compreender filosoficamente o que se entende por Justiça ativa, que é a justiça pela qual um Deus justo pune o pecador injusto.

Mas eu, sendo o monge irrepreensível que era, Sentia-me diante de Deus um pecador com uma consciência muito perturbada. Eu não encontrava certeza que Deus estava satisfeito comigo. Eu não amava, não, ao invés, eu odiava o Deus justo que punia pecadores, e secretamente, senão blasfemosamente murmurava muito com raiva de Deus e dizia: Não é suficiente que nós, miseráveis pecadores, eternamente perdidos por causa do pecado original, sejamos oprimidos pelas calamidades dos 10 mandamentos? Por que Deus ainda semeia culpa após culpa através do Evangelho e nos ameaça com sua justiça e ira? Era assim que eu raivosamente falava juntamente com uma consciência perturbada. Assim constantemente questionava Paulo no cap.1 tentando decifrar o que ele queria dizer.Meditava dia e noite nessas palavras até que enfim, pela Graça de Deus, prestei atenção no contexto: “a justiça de Deus é revelada, como está escrito: o justo viverá da fé”. Comecei a perceber que neste verso a justiça de Deus é aquele que o justo vive como presente de Deus, isso é pela fé. Comecei também a perceber que a justiça de Deus é revelada através do Evangelho, sendo essa de forma passiva. Na qual um Deus misericordioso nos justifica pela fé, como está escrito: o justo viverá pela fé. De uma só vez me senti que havia nascido de novo e entrado pelas portas do paraíso. Imediatamente enxerguei as Escrituras de um modo totalmente diferente. Na minha mente Voltei as Escrituras e notei que existiam outras expressões com a mesma analogia, a saber; a obra de Deus, feita em nós; o poder de Deus, que nos torna poderosos, a sabedoria de Deus, que nos faz sábios; a força de Deus, a salvação de Deus, a glória de Deus.

Então, exalei de forma doce a expressão, a justiça de Deus, com muito mais amor do que antes havia gritado em ódio."


Traduzido pelo Pr. Felipe Assis e postado pelo Pastor Daniel Luiz

Crux: sola est nostra teologia!

crux: sola est nostra teologia! (cruz: nossa única teologia). Esta foi a frase que não parou de ressoar na minha cabeça após ter lido Luther´s Theology of The Cross de Allister McGrath. Recentemente tenho sido impactado sobre a mensagem do evangelho resumida na cruz de Cristo. Acho pessoalmente que o evangelicalismo brasileiro está muito distante do evanglho genuíno. Aqui, o evanglho tem sido modificado, adornado, adulterado e consequentemente aniquilado. Não se pode modificar o evangelho sem perdê-lo por completo. Então... resolví escrever um livro que falasse do que aconteceu na cruz e como isso pode ser aplicado as questões práticas de nossa vida. O livro terá 5 capítulos: 1. a cruz e o sentido da vida 2. a cruz e os relacionamentos 3. a cruz e a beleza 4. a cruz e o dinheiro 5. a cruz e o sucesso. Terminei o primeiro capítulo mas, ainda necessita de revisão todavia aqui vai um pedacinho dele pra você curtir e dar sua opinião.

Se removermos a cruz do centro do cosmos estamos jogados ao acaso como dizia o filosofo alemão Martin Heidegger, "Geforfenai"! Isso porque não temos em que esperar. Uma vida sem perspectiva de redenção é pessimista e negativa. Sem a cruz não existe razão para viver já que o fim de tudo é a cessação da existência. Não existe razão de se preservar o meio ambiente nem buscar a justiça na sociedade. Melhor seria se nos destruíssemos e destruíssemos o ambiente que nos cerca. O filósofo francês Albert Camus começou uma de suas obras da seguinte forma: "só existe um verdadeiro problema filosófico sério: o suicídio". Em outras palavras: qual é razão que nós humanos temos para não cometermos suicídio ou vandalizarmos tudo a nossa volta? Temos que admitir que Camus faz sentido no aspecto de que se não se pode consertar algo é melhor jogar fora. Se não podemos evitar o nosso destino que é a morte então o que nos separa dos animais, já que o fim deles é o mesmo do nosso? Que sentido temos de existir? Certa vez ouvi Tim Keller dizer que se não se pode admitir que exista um sentido para a existência, temos ao menos que ter coragem de admitir que nossa existência é também sem sentido? O problema é que no fundo não é isso que queremos, não é? Todos queremos descobrir se existe esperança para o mundo e para nós mesmos. O fato de estarmos buscando uma esperança revela que existe uma peça do quebra-cabeça faltando. Esta peça é a cruz. Qualquer outra peça não encaixará na lacuna aberta. A cruz é a resposta básica para a pergunta básica: O que é isso?

Pelo Pr. Felipe Assis

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Do Propósito

Este blog foi criado para divulgar os pensamentos em textos de diversos pastores sobre o verdadeiro e simples evangelho. Serve como um meio de divulgar a mensagem que liberta o homem dele mesmo e de suas lutas por auto-justiça, orgulho, auto-imagem ensinando-o a identificar os ídolos modernos construídos e nascentes em seus corações e arrancá-los pela raiz.

Se não voltarmos para compreender a essência do que Cristo viveu e ensinou através também de seus apóstolos seremos massacrados pelo peso da culpa e levaremos uma carga que Cristo já levou. Ele nos ensina a descansar em Sua justiça e pede que façamos nada porque só assim Ele fará tudo e nós seremos apenas depósitos (frágeis) da graça abundante.

Leia, divulgue, comente e principalmente reflita sobre a simplicidade do evangelho... ele, e só ele, nos liberta de qualquer escravidão e nos escraviza à Liberdade (João 8.32).

pelo Pr. Daniel Luiz